Câncer de pulmão na era da terapia personalizada

Câncer de pulmão na era da terapia personalizada

Com o avanço da medicina personalizada, é possível realizar a identificação de genes e proteínas que possibilitam a realização de tratamentos individualizados com melhor resposta terapêutica¹

Apesar dos avanços no diagnóstico e no tratamento do câncer de pulmão ocorridos nas últimas décadas, esse tipo de câncer ainda é um desafio, sendo considerado como a primeira causa de morte pela doença no mundo¹. No entanto a compreensão das bases moleculares começa a transformar o panorama da enfermidade, que conta com diagnósticos e intervenções mais precisos justamente por causa do apoio da medicina personalizada¹. 

Com isso, existe uma mudança natural no tratamento da doença com impacto positivo na sobrevida e na qualidade de vida. A Dra. Samira Mascarenhas, oncologista do Núcleo de Oncologia da Bahia, explica tais avanços: "Nos últimos 15 anos, o câncer de pulmão era tratado como uma doença, mas hoje sabemos que são várias. A descoberta de novos subtipos e o avanço da ciência influenciaram significativamente a rotina da prática oncológica".

"A genética e a biologia molecular permitem a identificação de genes e proteínas produzidos pelos tumores, chamados marcadores tumorais. Esse recurso, antes utilizado apenas como ferramentas de diagnóstico e prognóstico, se tornou uma importante estratégia terapêutica a ser tomada de forma individual para um tratamento personalizado, com maior chance de eficácia", completa a especialista. 

Entre as diferentes expressões do tumor, a mais comum é o câncer de pulmão de células não pequenas, que representa 85% a 90% de todos os casos². Em 5% desses quadros, há um rearranjo do gene chamado quinase de linfoma anaplásico (ALK), que produz a proteína ALK de maneira anormal³ e, dessa forma, origina o câncer no organismo.

SOBRE O CÂNCER DE PULMÃO ALK+
O câncer de pulmão de células não pequenas ALK+ representa um rearranjo em um gene chamado quinase de linfoma anaplásico (ALK). Esse rearranjo produz uma proteína ALK anormal, fazendo com que as células cresçam e se espalhem³. A doença é mais comum em pacientes mais jovens do que na população geral de câncer de pulmão e sua causa não está associada ao tabagismo⁴. Seus sintomas são tosse, falta de ar, rouquidão, perda de peso e dor no tórax ao respirar². No mundo, aproximadamente 40 mil pacientes convivem com a doença⁴.

CONHEÇA OUTROS MARCADORES TUMORAIS MAIS FREQUENTEMENTE ENCONTRADOS⁵
As alterações genéticas de maior incidência nos tumores sólidos são: mutação em KRAS e em EGFR, rearranjo em ALK (Anaplastic Lymphoma Kinase), aplicação de MET, mutação em PIK3CA, mutação em HER2 (Human Epidermal Growth Factor Receptor), mutação em BRAF (v-Raf murine sarcoma viral oncogene homologue B1) e rearranjo de ROS1 (ROS proto oncogene 1)⁵ .

Referências
• Pacheco, F., Paschoal, M., C., Maria (2002). Marcadores tumorais no câncer de pulmão: um caminho para a terapia biológica. Jornal de Pneumologia, vol. 28, nº 3, São Paulo. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-35862002000300006. Acesso em: 03 de março de 2020.
• Minha Vida [Internet] Câncer de Pulmão de Células Não Pequenas. Disponível em: http://www.minhavida.com.br/saude/temas/cancer-de-pulmao-de-celulas-nao-pequenas.. Acesso em: 03 de março de 2020.
• Oncoguia [Internet] Terapia Alvo para Câncer de Pulmão de Células Não Pequenas. Disponível em: http://www.oncoguia.org.br/conteudo/terapia-alvo-para-cancer-de-pulmao-de-nao-pequenas-celulas/1772/198/. Acesso em: 03 de março de 2020.
• US Nacional Library of Medicine National Institutes of Health [Internet] Prevalence and natural history of ALK positive non-small-cell lung cancer and the clinical impact of targeted therapy with ALK inhibitors. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4242069/. Acesso em: 03 de março de 2020.
• Revista Inovar Saúde_Revista Médica - Edição Especial Oncogenética, outubro de 2017 [Internet]. Disponível em: http://www.geneone.com.br/assets/pdf/ONCOGENETICA.pdf pág. 37. Acesso em: 03 de março de 2020.
BR/BRI/2001/0001 abril/2020

Fonte: Takeda