Hepatite, uma inimiga silenciosa

Hepatite, uma inimiga silenciosa

Uma inimiga silenciosa

Grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, a hepatite nem sempre apresenta sintomas e, se não tratada, pode trazer diversos danos para a saúde

O Carnaval vem aí e todo cuidado com as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)1 é pouco.

Grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, a hepatite, inflamação do fígado, também entra na lista de atenção já que alguns dos tipos podem ser transmitidos via sexo sem proteção.

Segundo o Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV) do Ministério da Saúde, a patologia é causada por vírus ou pela utilização de determinados remédios, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas.

De acordo com o DIAHV, no país, as hepatites virais mais comuns são provocadas pelos vírus A, B e C, sendo que milhões de brasileiros convivem com as formas B e C e não sabem. A enfermidade é silenciosa, nem sempre apresentando sintomas e, se não tratada, é capaz de trazer diversos danos para a saúde. Portanto, é de extrema importância consultar o médico regularmente e realizar exames de rotina os quais detectam a condição.

Dados do Boletim Epidemiológico – Hepatites Virais 2018 do DIAHV, da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, mostram que, de 1999 a 2017, foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 587.821 casos confirmados do problema no país. Desse total, 164.892 (28,0%) são referentes ao tipo A, 218.257 (37,1%) ao B, 200.839 (34,2%) ao C e 3.833 (0,7%) ao D.

Quais tipos são considerados como IST?

A infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Dra. Rosana Richtmann, explica que a hepatite B é a mais importante como IST, sendo mais infectante pela via sexual desprotegida do que o próprio HIV. Dra. Rosana ainda salienta que o tipo C também pode ser passado pelo sexo sem proteção, assim como o vírus A, especialmente nos casos de homens homossexuais.

Do ponto de vista dos sintomas, a infectologista afirma que não dá para diferenciar o tipo de vírus causador, pois todos ocasionam sinais semelhantes como náusea, vomito, febre, indisposição, fezes esbranquiçadas, urina de cor amarronzada e pele amarelada (icterícia). Por isso, é fundamental buscar ajuda médica para a realização de exames laboratoriais, geralmente feito com sorologias.

“Com relação ao tratamento, vai variar muito conforme o vírus, grau de evolução e outros fatores referentes ao paciente. Porém, se a patologia não for cuidada, pode se tornar crônica, levando até à insuficiência hepática, cirrose e câncer de fígado”, complementa Dra. Rosana.

Previna-se antes, durante e depois do Carnaval!

A infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas alerta que o uso de camisinha é essencial para a prevenção da hepatite B e de outras Infecções Sexualmente Transmissíveis. Tanto para o tipo B quanto o A, outra forma extremamente segura e eficaz de evitar as doenças é a vacinação. Sem esquecer de ter uma boa higiene pessoal.

“Nós não conseguimos saber se uma pessoa é portadora de IST pelo aspecto físico, assim, nunca deixe de utilizar preservativo, para não se arrepender! Além disso, não compartilhe seringas e agulhas, não se exponha a ferimentos ou sangramentos sem proteção, não ingira alimentos com procedência duvidosa e só beba água potável ou industrializada”, finaliza Dra. Rosana.

Referências

1A terminologia Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) passa a ser adotada em substituição à expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), porque destaca a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas.