Maio Roxo é a campanha de conscientização sobre as Doenças Inflamatórias Intestinais (DII), que tem como objetivo garantir mais qualidade de vida aos pacientes e alertar toda a população.
A campanha Maio Roxo foi criada no País porque no dia 19 do mês é o Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal. Como em outras enfermidades, a atenção aos possíveis sintomas é um dos métodos mais eficientes de prevenção.
Estima-se que no mundo, mais de cinco milhões de pessoas sofrem das DIIs. De acordo com a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), o Brasil tem registrado aumento significativo no número de casos nos últimos anos.
Ainda de acordo com a SBCP, as DII compreendem principalmente a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa. As duas são doenças inflamatórias crônicas do trato digestório.
A doença de Crohn pode atingir da boca ao ânus e a maior parte do acometimento ocorre nos intestinos delgado e grosso. Além disso, se apresenta de forma espaçada e atinge camadas mais profundas.
Já a retocolite ulcerativa provoca úlceras (feridas) no intestino grosso e no reto, acometendo a camada mais superficial da parede do intestino. A lesão é contínua, não havendo áreas sem doença no meio de áreas inflamadas. Essas mudanças são observadas principalmente através da colonoscopia, onde são realizadas biópsias e analisadas por um médico patologista.
Em aproximadamente 15% dos pacientes não é possível diferenciar as duas enfermidades na fase inicial.
Quais são os principais sintomas e outros pontos de atenção?
No caso das DII, entre os sintomas possíveis estão diarreia, dor abdominal, perda de peso não intencional, cansaço (fadiga), febre, sangue nas fezes e apetite reduzido.
A SBCP também alerta que as doenças são mais incidentes em adolescentes e adultos jovens (15 a 40 anos de idade). As causas são desconhecidas, mas já se sabe que são multifatoriais.
O tabagismo é um vilão. Teorias e estudos indicam que fumar pode ser considerado um fator de risco para o desenvolvimento e agravamento da doença de Crohn.
As DIIs podem ser confundidas com outras doenças?
Sim, e pode haver muita confusão. De acordo com o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), da Fundação Oswaldo Cruz, uma patologia muito comum, a gastroenterite viral ou bacteriana pode ter a maioria dos sintomas similares, sendo que esses são passageiros (autolimitado).
Já a Síndrome do Intestino Irritável, por exemplo, não é considerada uma doença inflamatória intestinal, porque tem origem desconhecida.
Como conseguir um diagnóstico correto?
O diagnóstico é feito a partir de análise da história clínica, exames laboratoriais, endoscópicos (endoscopia digestiva alta e colonoscopia), biópsias e radiológicos (tomografia ou ressonância magnética).
As doenças não têm cura, mas o tratamento proporciona resposta e a remissão clínica, fazendo com que a pessoa consiga controlar o processo inflamatório.
É importante pesquisar sobre a campanha Maio Roxo e ter atenção aos sintomas. As consultas regulares ao seu médico também são fundamentais.
No que se diferencia a alimentação do paciente com DII?
Nos casos mais graves, é preciso fazer uso de dietas elementares ou poliméricas (que auxiliam na absorção em um intestino inflamado. Quando o tratamento adequado está em andamento e a doença sob controle, é preciso uma dieta balanceada.
Em alguns casos é preciso retirar alimentos que causem alergia ou intolerância da dieta, porque o intestino inflamado fica mais permeável, podendo desenvolver os distúrbios.
Fonte: pronep.com.br Crédito da imagem: iStock.com/Panuwat Dangsungnoen
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