O médico do seu coração

O médico do seu coração

Comemorado em 14 de agosto, o Dia do Cardiologista é uma grande data para ressaltar a importância desses profissionais que, atualmente, auxiliam a população muito mais do que as patologias que envolvem o coração.

De acordo com a Dra. Carla Lantieri, membro da Diretoria de Promoção de Saúde e do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), coordenadora Geral do programa SBC vai à Escola e médica assistente da disciplina de cardiologia da Faculdade de Medicina do ABC, a atuação do cardiologista tem sido, nessas últimas décadas, cada vez mais ampla. 

Nesse contexto encontra-se os cardiologistas clínicos e os intervencionistas (hemodinamicistas, eletrofisiologistas, cirurgiões). Muitos  destes também se dedicam ao academicismo como professores, assistentes e mentores, desempenhando suas funções na esferas da extensão, ensino e pesquisa médica.

E por vezes adicionam à sua trajetória médica o compromisso com a vida médica associativa, compartilhando suas expertises e difundindo conhecimento científico entre tantos. Dra. Carla ressalta que a cardiologia do século XXI visa a medicina de excelência. Lança mão dos conceitos científicos, baseada e fundamentada em evidências científicas e aborda diversos aspectos das doenças cardiovasculares.

A ciência cardiovascular tem apontado para importância da preservação da saúde física, mental e espiritual. Tem com como objetivo além de diagnosticar, tratar e acompanhar de forma individualizada o paciente, busca prevenir as doenças cardiovasculares e promover a saúde do indivíduo. 

“Trabalhar a saúde física, mental e espiritual é um aspecto tão fundamental que a SBC hoje conta com o Grupo de Estudos em Espiritualidade e Medicina Cardiovascular (GEMCA), visto que é um fator de proteção para a saúde do coração”, adiciona.

O controle e prevenção dos fatores de risco para a aterosclerose como obesidade, sedentarismo, dislipidemia, hipertensão arterial, diabetes, tabagismo e estresse é um dos pilares das ações do Departamento de Aterosclerose da SBC. A nacionalização de programa SBC vai à Escola da desenvolvido pela Diretoria de Promoção da Saúde/SBC é um grande passo para a construída medicina translacional, conforme reitera a médica. 

Quando procurar um cardiologista?
Dra. Carla explica que, muitas vezes, as visitas ao cardiologista se dão por indicações de outros médicos, porém ressalta que avaliação cardiológica não tem idade para acontecer. Antes dos sintomas, a doença poder estar presente na sua forma subclínica, por isso a necessidade de fazer as avaliações periódicas. A partir dos 10 anos todo indivíduo deveria ter seu perfil lipídico analisado. Essa verificação precisa ser realizada ainda mais cedo quando a pessoa possui histórico familiar (avós, pais e irmãos) de colesterol alto.

“Essa conduta está nas diretrizes da SBC, mas claro que irá variar de acordo com cada paciente. Quando não for possível, é recomendado aos adultos que façam uma avaliação clínica uma vez ao ano. Lembrando que, quando já há uma doença cardiovascular instalada, esse acompanhamento tem que ser feito com mais frequência”.

A médica também reforça que é preciso conscientizar as mulheres, já que a maior causa de mortalidade entre elas são as doenças cardiovasculares. Dessa forma, orienta que incluam uma consulta com o cardiologista anualmente em suas rotinas. 

É possível identificar um infarto?
Por conta da pandemia do novo coronavírus muitas pessoas estão infartando em casa por medo de ir aos hospitais. Porém, a cardiologista alerta que, mesmo em tempos de pandemia, as doenças cardiovasculares continuam acontecendo, portanto é imprescindível buscar ajuda médica a qualquer sintoma sugestivo. 

Segundo Dra. Carla, o infarto apresenta uma dor característica, chamada de precordial, que vem em forma de queimação e irradia para o pescoço e braço esquerdo, dando uma sensação de aperto e esmagamento.

“Ao sentir esse sintomas ou quaisquer outras alterações como falta de ar, sudorese, desconforto torácico, é necessário procurar auxílio para uma avaliação precisa. Nem sempre é infarto, mas pode ser uma crise hipertensiva, que também deve ser controlada, ou até mesmo uma arritmia cardíaca. Os portadores de diabetes, por exemplo, costumam demonstrar o que denominamos de angina silenciosa, isto é, sem dor. Assim, se o indivíduo tiver algo fora do seu normal, seja tontura, náusea, mal-estar, deve-se ir ao hospital”, reitera.

5 dicas para manter a saúde do coração em dia
Veja as dicas dadas pela Dra. Carla e coloque-as em prática no seu dia a dia:

1 - Conheça a si mesmo e, também, a sua história familiar;
2 - A alimentação saudável deve ser um hábito ao longo da vida, iniciando já na primeira infância. Respeite seu paladar, mas dê preferência aos alimentos in natura e evite alimentos ultraprocessados;
3 - Pratique atividade física regularmente: pelo menos 150 minutos/semana para adultos; para crianças e adolescentes recomenda-se o mínimo de 300 minutos/semana de atividade física. Escolha uma opção prazerosa para incorporá-la mais facilmente na sua rotina, tendo sempre um comportamento ativo;
4 - Lembre-se: o ser humano está em constante evolução. Proporcione a si próprio oportunidades de se reencontrar e se redescobrir sempre que necessário. Nunca é tarde para mudar, transformar e buscar mais saúde;
5 - Sabe-se que hoje somos muito mais do que somente um equilíbrio fisiológico, físico e mental, por isso busque realmente uma satisfação de viver, de encontrar os seus sonhos e realizá-los, pois a felicidade auxilia na saúde do coração. Seja otimista, mesmo em tempos difíceis. O otimismo nos fortalece e protege a saúde do coração. 

“Essas são as minhas dicas para que possamos fechar o ciclo da saúde cardiovascular e pensar na promoção da saúde em geral. E ao estar bem empoderado sobre todas essas ações, é essencial passá-las para frente a fim de criarmos uma grande corrente de saúde. Gostaria de salientar que a SBC tem vários canais e estamos, mais do que nunca, empenhados para ensinar. Nos procurem, queremos ouvir toda a população para trabalharmos juntos na diminuição da mortalidade cardiovascular em nosso país e dar  melhor qualidade de vida para todos”, complementa Dra. Carla.