Setembro Amarelo: faça parte dessa campanha!

Setembro Amarelo: faça parte dessa campanha!

Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza nacionalmente o Setembro Amarelo. O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio é oficialmente em 10 de setembro, mas a campanha acontece durante todo o ano.

De acordo com a Dra. Denise Gobo, psiquiatra pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Fellowship em cefaleia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), médica voluntária no PROTOC, do HCFMUSP, e membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), a importância desse movimento é conscientizar a população sobre o quanto o suicídio é um problema de saúde pública, além de diminuir o preconceito a respeito do tema.

“O preconceito é o principal fator que impede os indivíduos de procurarem ajuda. Então, por meio dessa consciência, incluindo riscos e demais aspectos, podem buscar auxílio mais facilmente”, acrescenta a psiquiatra. 

Suicídio: precisamos falar sobre o assunto
Dra. Denise Gobo informa que, aproximadamente, 12 mil suicídios ocorrem por ano somente no Brasil. Globalmente esse número chega a mais de um milhão, acometendo principalmente os jovens.

E por ser um problema evitável, a psiquiatra mostra o quanto é relevante falar do tema para conseguir diminuir a psicofobia, ou seja, esse preconceito que as pessoas têm sobre conversar a respeito da saúde mental, estimulando a buscar assistência quando necessário. 

“O preconceito envolve julgamentos do tipo ‘quem sofre de doença mental é louco ou é incapaz’ que precisamos modificar”, salienta Dra. Denise.

Segundo a médica, mais de 96% dos casos de suicídio estão associados a quadro patológicos dentro da psiquiatria que são: depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, uso de drogas ou de outras substâncias, transtorno do estresse pós-traumático (TEPT), transtornos de personalidade, principalmente borderline.

“Muita gente acredita que falar sobre suicídio estimula-se tal ação, mas é o contrário. É preciso introduzir o assunto com a pessoa acometida com os sinais para direcioná-la ao médico que irá orientar com fatores de proteção e avaliar a gravidade do seu comportamento. Por isso, é fundamental termos essa conscientização, para atuarmos nesse sentido”, reitera. 

De olho nos sinais
Dra. Denise explica que cerca de 60% dos indivíduos que cometeram suicídio nunca procuraram ajuda de um psiquiatra, psicólogo ou profissional de saúde mental, dado que reforça o quanto a dificuldade de procurar auxílio é grande. Assim, a psiquiatra recomenda a todos que, ao perceber que a criança, adolescente ou adulto teve uma mudança de comportamento, está mais isolado, mais irritado, começou com discurso de despedida, para que converse com ele.

“Ofereça ajuda, sem julgamento, sem minimizar a doença. Coloque para a pessoa a possibilidade de amparo que pode, muitas vezes, salvar sua vida”, finaliza.