Sobrecarga feminina: entenda o que desencadeia estresse e ansiedade

Sobrecarga feminina: entenda o que desencadeia estresse e ansiedade
Cerca de 54% das mulheres no Brasil, com 15 anos ou mais, integram a força de trabalho no País. Aproximadamente um terço das mulheres (29,6%) estava ocupada em tempo parcial (até 30 horas semanais), quase o dobro do verificado para os homens (15,6%). Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Mesmo representando mais da metade da força de trabalho do País, as mulheres receberam pouco mais de três quartos (77,7%) do rendimento dos homens. A desigualdade ficou ainda maior em relação à ocupação de cargos de direção, gerência e profissionais das ciências e intelectuais. Nestes grupos, as mulheres receberam, respectivamente, 61,9% e 63,6% do rendimento dos homens. 

Com a pandemia do Covid-19 e o novo formato de trabalho, que é o home-office, fez com que a sobrecarga aumentasse. Quem já fazia jornada dupla, passou a fazer tripla.

A maioria das mulheres faz muito além das jornadas de trabalho, porque precisam dar conta dos filhos, do trabalho doméstico, das refeições, muitas vezes sozinhas, o que afeta a saúde física e mental.
 
A psicóloga, Sara Bueno, que trabalha na Clínica e Escola de Psicoterapia, em Florianópolis, coloca que existe uma pressão muito internalizada que é introjetada na mulher, a de que precisa assumir a função do cuidado da casa, dos filhos e da carreira.
 
Ela ainda coloca que é necessário pensar de que perfil de mulheres estamos falando, porque as necessidades e demandas são diferentes. “Há muitas intersecções e não tem como encaixar a mulher em uma única categoria, temos a da mulher branca classe média ou de uma mulher preta, pobre, mulher trans, mulher lésbica, mulher com deficiência, cada grupo lida com os problemas da pandemia de diferentes maneiras”.  

Os problemas de saúde mental estão associados entre outros fatores a três pilares: tempo, espaço, condições econômicas e sociais. 

Segundo pesquisa feita pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), os casos de depressão quase dobraram e os de ansiedade e estresse tiveram um aumento de 80% nos últimos anos. 

Os fatores de risco apontados para o estresse e a ansiedade foram: alimentação desregrada, doenças preexistentes, ausência de acompanhamento psicológico e sedentarismo.

Fonte: cotidiano.sites.ufsc.br
Crédito da imagem: iStock.com/mixetto