Acromegalia: saiba mais sobre essa doença rara

Acromegalia: saiba mais sobre essa doença rara

Acromegalia é uma doença crônica caracterizada pelo aumento da produção do hormônio de crescimento durante a vida adulta. É classificada como uma doença rara e incomum. De acordo com informações da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), estudos realizados na Europa e nos Estados Unidos mostram uma incidência aproximada de três casos em um milhão de pessoas por ano. No Brasil, ainda não há estudos que apresentem dados epidemiológicos da doença.

Quem sofre com esse problema apresenta alterações nas estruturas do corpo. Os sinais mais comuns são aumento dos lábios, proeminência frontal, alargamento da base do nariz, aumento do espaço entre os dentes, língua, das mãos e dos pés. “Os pacientes relatam também dores nas articulações, aumento do número do calçado, alguns não conseguem mais usar a aliança. Dependendo do tamanho do adenoma, alguns pacientes podem apresentar dor de cabeça e perda visual”, explica a Dra. Vânia dos Santos Nunes, diretora da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).

Em quase 100% dos casos, a acromegalia é causada por um adenoma produtor de GH, localizado na glândula hipófise. “Não há fatores de risco para que a doença ocorra”, afirma a médica. “A acromegalia se manifesta na vida adulta. Quando ela acontece antes, chamamos de gigantismo. Ambas, acromegalia e gigantismo, têm como causa, na maioria das vezes, um adenoma hipofisário produtor de GH. A diferença é que no gigantismo o paciente terá aumento na sua altura, enquanto na acromegalia apresenta apenas aumento das extremidades do corpo”, esclarece.

Diagnóstico e tratamento
O rastreamento da doença é feito pela dosagem do IGF1 no sangue do paciente. A especialista explica que esse hormônio é produzido no fígado pelo estímulo do GH. Já o diagnóstico pode ser confirmado pelo aumento do IGF1 e pela não supressão do GH após um teste de sobrecarga oral de glicose. 

“A acromegalia é uma doença não muito frequente e insidiosa, ou seja, as alterações fisionômicas surgem num intervalo de tempo muito grande e, muitas vezes, o paciente atribui essas alterações ao processo do envelhecimento. Por isso, é muito importante que os médicos e dentistas, que são procurados pelo aumento do espaço entre os dentes, lembrem-se desse diagnóstico”, destaca Dra. Vânia.

Na maioria das vezes, o tratamento primário é realizado com a remoção do adenoma por meio de cirurgia transesfenoidal. Entretanto, para os pacientes que o problema não é controlado com a cirurgia existe tratamento farmacológico complementar. 

Quem convive com a acromegalia pode ter mais qualidade de vida realizando o controle necessário. “Grande parte dos pacientes tem sua qualidade de vida comprometida pelas mudanças fisionômicas que o problema proporciona e pelas dores de articulação e cabeça. Mas, isso pode ser minimizado com o controle hormonal e tumoral da doença”, conclui a médica. 

Crédito da imagem: Freepik