Combate Nacional à Hanseníase

Combate Nacional à Hanseníase

A hanseníase é uma doença crônica infecciosa e contagiosa, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen. Anteriormente, era conhecida como lepra, mas teve seu nome alterado em 1976 pelo professor e médico dermatologista Abrahão Rotberg, o objetivo foi diminuir o preconceito e a exclusão social que pessoas diagnosticadas tinham.

No último domingo do mês de janeiro é comemorado o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase, data instituída pela Lei nº 12.135/2.009. A campanha educativa “Janeiro Roxo” surgiu em 2016, uma iniciativa do Ministério da Saúde para reduzir a discriminação, desmistificar e informar a sociedade acerca da patologia. 
A doença é milenar, seus registros são de 600 a.C, documentos apontam que surgiu no extremo Oriente, se espalhando pela África e Europa, portanto, sua origem no Brasil foi no período da colonização. Mesmo sendo antiga, ainda há muitos casos espalhados pelo mundo, segundo a Organização Pan- Americana da Saúde (OPAS), 210 mil novas ocorrências são reportadas anualmente, e o Brasil tem o segundo maior número de casos no mundo, sendo mais predominante nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste.

Sintomas da hanseníase

Os principais sintomas são:

- Caroços ou nódulos avermelhados espalhados pelo corpo;

- Perda de sensibilidade ao calor, frio ou tato;

- Entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz;

- Febre, edemas e dor nas juntas;

- Manchas brancas, vermelhas ou marrons em qualquer parte do corpo.

Outros sinais, menos comuns, são pele seca, falta de suor, queda de pelos, formigamento, diminuição da força muscular, ressecamento dos olhos e úlceras de pernas e pés.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) propôs a classificação da hanseníase em Paucibacilar (quando há até cinco lesões e um tronco nervoso acometido) - Hanseníase Indeterminada (HI) e Hanseníase Tuberculóide (HT) – e Multibacilar (quando há mais de cinco lesões e/ou mais de um tronco nervoso acometido) – Hanseníase Dimorfa ou Borderline (HD) e Hanseníase Virchowiana ou Lepromatosa (HV).

Hanseníase Indeterminada (HI): forma inicial, evolui espontaneamente para a cura na maioria dos casos. É caracterizada por manchas de cores claras, e é mais comum em crianças.

Hanseníase Tuberculóide (HT): forma mais benigna e localizada, ocorre em pessoas com alta resistência ao bacilo. Pode haver alteração nos nervos próximos à lesão, causando dor, fraqueza e atrofia muscular.

Hanseníase Dimorfa ou Borderline (HD): forma intermediária que é resultado de uma imunidade também intermediária. O número de manchas é maior e há altas chances de modificações nos nervos.

Hanseníase Virchowiana ou Lepromatosa (HV): nestes casos, a imunidade é nula e o bacilo se multiplica muito, levando a um quadro mais grave. Com isso, há a anestesia nos pés e mãos, podendo causar inchaço, atrofia muscular e os órgãos internos também são atingidos pela doença.

Transmissão da hanseníase

A transmissão ocorre quando há uma exposição prolongada à bactéria, ela acontece através de gotículas de saliva ou secreção nasal, por tosse ou espirro de uma pessoa doente, que esteja sem tratamento, para outra. 
Apenas uma pequena parcela das pessoas adoece, para exemplificar melhor, em grupo com um só indivíduo doente, 90% não pegam hanseníase, e somente 10% contraem o bacilo e ficam enfermos.

Tratamento eficaz e acessível da hanseníase

O tratamento da hanseníase é realizado de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e está disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), ele é ambulatorial, ou seja, não necessita de internação hospitalar. Geralmente é feito com antibióticos em comprimidos, com duração média entre seis e 12 meses, com acompanhamento marcado pelo médico.

No início do tratamento, a doença já não é mais transmitida e não é preciso fazer nenhum tipo de isolamento, por isso a importância do diagnóstico precoce, para evitar complicações futuras e transmissões. A hanseníase tem cura, mas pode deixar sequelas, como não recuperar a total sensibilidade nos locais das manchas, ou em casos mais graves, perda de força que impõe limitações físicas para usar as mãos ou até mesmo andar.

Para prevenção, é importante realizar o exame das pessoas que convivem e conviveram nos últimos anos com o paciente, especialmente as que moram na mesma casa ou têm contato muito próximo.

Fontes: saude.pr.gov.br | sp.unifesp.br

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