A asma é resultado da integração entre alterações genéticas e fatores ambientais e biológicos. Sua base genética fica evidente quando é focado o traço familiar. “Quando se faz o diagnóstico de asma, frequentemente se encontram outros asmáticos entre os pais, avós, tios e irmãos. Estudos demonstram que diversos genes estão envolvidos na patogenia da doença”, explica o pneumologista do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Dr. Hisbello Campos.
O traço genético da asma é o responsável pela impossibilidade de “cura”, exatamente como na hipertensão arterial, diabetes e outras doenças geneticamente determinadas. No entanto, frequentemente, quando a asma é leve na infância, em 50% dos casos ela desaparece na puberdade. “Isso independe de ter ou não sido tratada adequadamente e, provavelmente, está relacionada às alterações hormonais que acontecem nessa idade. Em parte dessas pessoas nas quais os sintomas da asma desapareceram, eles ressurgem na idade adulta”, diz o Dr. Campos.
As mulheres são as mais acometidas pela asma: 3,9 milhões delas afirmaram ter diagnóstico da enfermidade contra 2,4 milhões de homens. Ou seja, prevalência de 39% a mais entre o sexo feminino.
Causas da asma
Vários fatores ambientais e genéticos podem gerar ou agravar a asma. Para os fatores genéticos – característicos da própria pessoa –, destacam-se o histórico familiar de asma ou rinite e obesidade.
Tabagismo – a fumaça é um potente irritante das vias aéreas e deixa pequenas cicatrizes por onde passa. A fumaça é responsável por muitas dessas inflamações.
Entre os aspectos ambientais estão a exposição à poeira e barata, aos ácaros e fungos, às variações climáticas e infecções virais (especialmente o vírus sincicial respiratório e rinovírus, principais agentes causadores de pneumonia e resfriado, respectivamente).
A asma caracteriza-se por um processo que afeta todo o organismo e não somente as vias aéreas inferiores, que aumentam a produção de secreções e prejudicam a passagem de ar.
O asmático tem tosse frequente, prolongada, geralmente durante a noite, nem sempre com catarro; chiado, cansaço, opressão no peito com dificuldade para respirar. Esses sintomas podem aparecer juntos ou ocorrer isoladamente. A existência de tosse crônica ou a falta de ar ao praticar exercícios físicos podem ser sintomas de asma.
A maior concentração de ácaros é encontrada nos travesseiros e camas, estofados, bichos de pelúcia, carpetes, estantes de livros e cortinas. Por isso, é importante que esses locais estejam sempre limpos, principalmente onde o alérgico passa a maior parte do seu tempo. Essas medidas simples de limpeza são primordiais para que os asmáticos não tenham crises constantes.
Tratamento disponível para asma
Uma pessoa com sintomas respiratórios como tosse, cansaço ou falta de ar deve procurar um médico. O tratamento da asma visa diminuir a inflamação.
Existem três principais medicamentos para o tratamento da doença, (brometo de ipratrópio, diproprionato de beclometasona e sulfato de salbutamol), em suas diferentes dosagens. As crises, no entanto, podem ser tratadas com medicamentos broncodilatadores.
A médica pneumologista Dra. Marília Uehara elucida que diferente de outras doenças crônicas como pressão alta e diabetes, a asma não deixa o paciente refém do uso contínuo de medicações. “A gente trata período de exacerbação, que é o período de piora da doença, entre três a seis meses, depois damos início ao desmame da medicação. O paciente apresentando melhora em resposta clínica, a gente suspende a medicação e o paciente vai passar semanas, meses e até anos, bem”, declara. “Quando tem algum fator que desencadeia, a asma vai acordar. A gente tratou aquele período, e então ela entra em remissão”, ressalta.
A Dra. Marília explica que apenas 5% da população asmática possui quadro grave da doença. Os pacientes controlados, com quadros leves a moderados, dificilmente apresentam riscos de complicações por Covid-19. “Se a doença estiver controlada, o paciente vai evoluir de forma favorável e vai entrar na estatística dos 85% da população comum, que vai apresentar um quadro da doença de forma leve. Então se a asma estiver controlada e não for grave, a chance é de apresentar Covid de forma leve”, esclarece.
Fontes: bvsms.saude.gov.br / portal.al.go.leg.br
Crédito da imagem: iStock.com/LightFieldStudios
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