Deficiência de zinco pode provocar redução de imunidade

Deficiência de zinco pode provocar redução de imunidade

Com a pandemia do novo coronavírus e a forma como as comorbidades podem provocar uma reação mais grave do Covid-19 no corpo, as pessoas passaram a se preocupar ainda mais com a saúde de modo geral e com a melhoria da imunidade. Por consequência, houve aumento na procura por suplementação de vitaminas e do zinco.

O zinco participa de mais de cem reações enzimáticas no organismo, estando envolvido em processos fisiológicos do crescimento e desenvolvimento, além de participar do desenvolvimento cognitivo e auxiliar no combate aos radicais livres – moléculas que se formam no organismo e que podem prejudicar o funcionamento adequado dos órgãos.

Quando os níveis de antioxidantes não são suficientes para compensar os efeitos nocivos dos radicais livres, acontece o estresse oxidativo, associado a mais de duzentas doenças diferentes.
Diabéticos, por exemplo, podem ter grau aumentado de estresse oxidativo gerado pela própria doença. Logo, o zinco é um elemento essencial que possui função antioxidante, atua na restrição da produção endógena de radicais livres e na estabilização da estrutura de membranas celulares.

Deficiência de zinco

Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a deficiência de zinco no corpo humano acomete 30% da população mundial, o que provoca falta de apetite, enfraquecimento de unhas e cabelos, dificuldade de cicatrização, baixa imunidade e a manifestação de diversas infecções. Sabe-se, então, que o zinco atua como um mediador para manter a resposta imune normal contra microorganismos e infecções no corpo.

A recomendação de ingestão diária varia de acordo com a fase da vida, mas em termos gerais, o teor de zinco no sangue deve ser entre 70 e 130 mcg/dL. “Por não ser um mineral produzido pelo próprio organismo, o nutriente pode ser encontrado em fontes animais e vegetais, como por exemplo, amendoim, amêndoa, camarão, carne vermelha, castanhas, chocolate amargo, feijão cozido, grão-de-bico, ostras, sementes de abóbora, noz-pecã, ovos, shitake, gergelim, lentilha, entre outros”, explica o Doutor em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e Professor Responsável da Ginecologia da Faculdade de Medicina do Centro Universitário das Américas, Dr. Luís Carlos Sakamoto.

No entanto, para quem tem restrições alimentares ou não consegue manter uma dieta rica em zinco, o ideal é recorrer a suplementos polivitamínicos e poliminerais existentes no mercado, que entreguem dosagens de até 30 mg de zinco elementar.

“Para potencializar a ação antioxidante, que atua contra radicais livres, o ideal é ter uma combinação de vitaminas hidrossolúveis (como a vitamina C) e lipossolúveis (betacaroteno e vitamina E, por exemplo) e outros oligoelementos além do zinco, como, por exemplo, cobre e selênio. Todos juntos potencializam a ação antioxidante necessária no combate aos radicais livres”, completa o médico.

Vale lembrar que, embora o zinco seja fundamental para a defesa imunológica, não existem evidências científicas que comprovem a proteção contra o coronavírus.

“Sua reposição deve ser feita com avaliação e prescrição médica para receber o monitoramento adequado, por meio de exames específicos e obter a dose necessária de vitaminas e minerais para o organismo”, finaliza Dr. Sakamoto.

Busca por suplementação

Com a chegada do Covid-19, a população mundial entendeu, mais do que nunca, a importância de ter uma vida mais regrada, visto que alguns fatores de risco foram comprovados como facilitadores para a doença. Cardiopatia, diabetes, pneumopatia, doença renal e obesidade são apenas alguns deles. Assim, a procura pelo fortalecimento do sistema imunológico contra doenças e agentes externos aumentou.

De acordo com o levantamento “Hábitos de Consumo de Suplementos Alimentares no Brasil” da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Para Fins Especiais e Congêneres (Abiad), nos lares de diversas cidades do Brasil, houve aumento de 48% na ingestão de multivitamínicos e afins. O estudo, feito em maio de 2020, revelou ainda que 63% dessas pessoas justificaram o consumo para melhorar a imunidade e, num estudo mais específico, 70% daqueles que aumentaram o consumo desses produtos desejam manter o hábito após a pandemia.

Fonte: Marjan Farma

Crédito da Imagem: iStock