Dia Mundial do Câncer: o panorama da doença no Brasil

Dia Mundial do Câncer: o panorama da doença no Brasil

O Dia Mundial do Câncer foi criado pela União Internacional Contra o Câncer (UICC) em apoio aos objetivos da Declaração Mundial do Câncer, lançada em 2008. A cada 4 de fevereiro, um esforço coletivo e mundial é realizado para conscientizar a população e as autoridades sobre a prevenção e o controle da doença, com o objetivo de diminuir o número de mortes causadas pela doença.

7,6 milhões de pessoas no mundo morrem de câncer todos os anos, segundo informações do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Mais da metade, 4 milhões, tem entre 30 e 69 anos e a previsão é que 6 milhões de indivíduos morram prematuramente por ano até 2025, se medidas de prevenção não forem adotadas. 

A doença é a segunda principal causa de morte em todo o mundo e com a dificuldade de atendimento aos pacientes desde o início da pandemia da covid-19, especialistas receiam que uma epidemia de câncer em estágio avançado venha afetar a população. 

Dados divulgados INCA revelam que até 2022 a incidência da doença irá aumentar no Brasil, com o registro de cerca de 625 mil novos casos por ano. Nunca foi tão necessária a adoção de estratégias e de medidas adequadas para conter o avanço dos casos de câncer no país. 

Em dezembro de 2020, o Ministério da Saúde publicou uma portaria que institui, em caráter excepcional e temporário, um incentivo financeiro de R$ 150 milhões para fortalecer o acesso às ações de prevenção, detecção precoce e controle de câncer durante a pandemia do novo coronavírus no SUS (Sistema Único de Saúde). O objetivo da medida, de acordo com informações da Agência Brasil, é a reorganização da rede de atenção e seus fluxos assistenciais, para melhor rastrear e diagnosticar, de forma precoce, o câncer de mama e de colo de útero. 

Em artigo publicado pelo portal Hospitais Brasil, a Dra. Cicília Marques, médica oncologista clínica do IBCC Oncologia, destaca que o câncer de pele não melanoma será o mais incidente até 2022, com 177 mil casos, seguido pelos cânceres de mama e próstata, com 66 mil ocorrências cada, cólon e reto com 41 mil e estômago com 21 mil casos. 

“Entretanto, a distribuição desses casos varia conforme a região do país. Nas regiões Sul e Sudeste, o padrão da incidência mostra predominância de cânceres de próstata e mama feminina, bem como o de pulmão e de intestino. No Centro-Oeste, apesar de semelhante, incorpora o câncer do colo do útero e do estômago entre os mais incidentes. Nas regiões Norte e Nordeste, a ocorrência do câncer do colo do útero e de estômago tem impacto importante, apesar de também apresentarem os cânceres de próstata e mama feminina como recorrentes. A região Norte é a única do país onde as taxas de câncer de mama e colo do útero são equivalentes entre as mulheres”, detalha a especialista no artigo.

Causas e consequências
O câncer é uma doença que se desenvolve sem uma causa única e que ocorre após mutação genética aleatória no DNA de uma célula do corpo, gerando a multiplicação desenfreada. A maioria dos casos (80%) surge devido a fatores externos, como os hábitos e o estilo de vida do paciente. Fatores internos, como hormônios, condições imunológicas e mutações genéticas, aparecem em menor escala entre os fatores do surgimento da doença. 

Grande parte da população tem medo e receio da doença, afinal, além de poder ser fatal, a condição é geralmente tratada por meio de quimio e radioterapia, métodos agressivos e que podem causar uma série de efeitos colaterais, como queda capilar, náuseas, fadiga, problemas emocionais, alterações renais e infertilidade.

“Uma das maiores complicações das terapias para tratamento do câncer, como a quimio e a radioterapia, é a perda da função das gônadas, como os ovários e os testículos, o que, consequentemente, causa infertilidade, seja ela permanente ou temporária. E, apesar de não ser um fator prioritário durante o tratamento oncológico, a fertilidade pode se tornar uma questão importante para o paciente após a cura da doença, principalmente para aqueles que ainda não possuem filhos”, afirma o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da clínica Mater Prime.

Crédito da imagem: FatCamera - iStock