Dia Nacional da Mamografia: mitos e verdades

Dia Nacional da Mamografia: mitos e verdades

Um dos procedimentos mais importantes para a saúde da mulher, a mamografia é um exame de rastreamento e de detecção do câncer de mama no estágio mais inicial possível. 

Segundo informações da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), durante a pandemia da covid-19 muitas mulheres deixaram de fazer esse procedimento que salva vidas. A queda na quantidade de mamografias realizadas no país, de acordo com informações das empresas associadas à Abramed - que representam 56% do total de exames realizados na saúde suplementar - , foi de 46,4% quando comparado o período de março a agosto de 2020 com os mesmos meses de 2019. 

No Sistema Único de Saúde (SUS) o cenário é igualmente preocupante: entre janeiro e junho de 2019 foram realizados 180.093 exames na rede pública. No mesmo período de 2020, a quantidade de exames caiu para 131.617.

O isolamento social contribui para que muitas mulheres adiassem o procedimento, entretanto, fatores como dor e medo, além de mitos sobre o exame, são motivos que, todos os anos, também levam mulheres a optarem por não fazer a mamografia. “A mamografia é sim um exame doloroso porque a pressão exercida sobre a mama equivale a um peso de cerca de 18 quilos. Mas com o advento da mamografia digital, o tempo de compressão tornou-se menor e, com isso, a dor na mama tende a ser minimizada”, esclarece a Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista. 

Um dos mitos que existem sobre a realização do exame é o de que próteses de silicone podem estourar durante o procedimento. “A  prótese é feita para suportar o peso do mamógrafo, portanto isso não é verdade. O diferencial do exame para uma mulher com prótese nas mamas é a aplicação da manobra de Eklund, na qual a prótese é empurrada para trás e a radiografia da glândula mamária é feita”, acrescenta a médica. 

O Dia Nacional da Mamografia (5/2) foi criado em 2013 para sensibilizar mulheres sobre a importância de realizar o exame para a identificação precoce do câncer de mama, uma das principais causas de morte entre o público feminino no Brasil.

Dra. Mariana conta que existe uma divergência sobre a partir de qual idade a mulher precisa realizar a mamografia todos os anos. “De acordo com o SUS, mulheres com 50 anos devem começar a fazer o exame. Mas a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) diz que é a partir dos 40. Já para mulheres com histórico de câncer de mama na família,  é solicitada quando a paciente atinge a idade que corresponde a 10 anos menos do que a idade da pessoa mais jovem da família quando ela teve câncer”, detalha. 

Nódulos, cistos e microcalcificações são as principais doenças que podem ser diagnosticadas em uma mamografia. “As microcalcificações são, talvez, as lesões mais importantes de diagnóstico no exame. São pequenos pontos de calcificação que, na maioria das vezes, podem ser um câncer em estágio inicial e muito fácil de ser tratado”, declara a médica.

Maior do que o medo de fazer o exame ou a dor momentânea que a paciente sente durante a mamografia deve ser a conscientização de que os benefícios que o procedimento oferece para a saúde da mulher também são muito grandes. “É um exame extremamente importante. O único que detecta lesões precoces de câncer de mama, que até podem ser um câncer in situ, ou seja, que não tem capacidade de metástase e, consequentemente, com tratamento mais fácil e maior chance de cura”, conclui a especialista. 

Crédito da imagem: Voyagerix - iStock.