Durante o inverno, pandemia preocupa ainda mais os bancos de sangue

Durante o inverno, pandemia preocupa ainda mais os bancos de sangue

Dados do Ministério da Saúde estimam que, em 2020, a pandemia ocasionou a diminuição de cerca 20% no total de doações de sangue, em comparação a 2019, nos hemocentros de todo o Brasil. Segundo o movimento “Eu dou Sangue”, criador da iniciativa “Junho Vermelho”, a chegada do inverno e das férias escolares impacta ainda mais o volume de doações chegando a cair em torno de 30%. Por isso essa campanha, de abrangência nacional, tem como objetivo conscientizar e incentivar a população sobre a importância de ser um doador de sangue.  

No Rio de Janeiro, mesmo com todos os esforços e campanhas para atrair novos voluntários, o Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti (HemoRio) contabilizou uma queda de 4,4% no número de bolsas de sangue coletadas: foram cerca de 78.400 unidades, em 2020, contra aproximadamente 82 mil bolsas, em 2019.

“O principal risco deste cenário seria um possível desabastecimento de sangue e o consequente comprometimento da assistência”, informou o Ministério da Saúde em nota enviada à Agência Brasil. O desabastecimento colocaria em risco a vida de pessoas que precisam receber transfusão de sangue ao serem submetidas a tratamentos, cirurgias e procedimentos médicos complexos,  ou que tratam os efeitos de anemias crônicas, complicações da dengue, da febre amarela ou de câncer.

Já em São Paulo, vinculada ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e responsável por abastecer a mais de 100 instituições de saúde da rede pública paulistana, a Fundação Pró-Sangue coletou, em 2020, 108.707 bolsas de sangue. O resultado é não só inferior ao registrado em 2019, quando foram coletadas 114.050 bolsas, como mantém a tendência de queda dos últimos cinco anos.
A preocupação da fundação é que, geralmente, em períodos de férias e inverno, o número de doações caem mais ainda, podendo chegar a um resultado 30% inferior à média mensal. 

O Ministério da Saúde garante que os hemocentros de todo o País estão preparados para receber os doadores com segurança, sem aglomerações, e em conformidade com as recomendações das autoridades sanitárias. A maioria, senão a totalidade dos postos de coleta, está funcionando com atendimento pré-agendado, de maneira que vale a pena o interessado consultar, na internet, a página ou as redes sociais do hemocentro do estado em que reside.

Para doar, o candidato tem de ter entre 16 e 69 anos de idade (menores de 18 anos precisam de autorização dos responsáveis). O voluntário deve pesar mais de 50 kg e apresentar-se munido de documento oficial com foto. Pessoas com febre, gripe ou resfriado, diarreia recente, grávidas e mulheres no pós-parto não podem doar temporariamente. 

Fonte: Agência Brasil

Crédito da Imagem: iStock