Epilepsia: importante desmistificar a crise e os sintomas
O Dia Internacional da Epilepsia é comemorado na segunda semana de fevereiro, e tem como finalidade divulgar informação e encorajar discussões acerca da doença, além de desmistificar a crise e os sintomas. De acordo com o neurologista do HCor, cerca de 1% da população sofre com epilepsia e aproximadamente 70% dessas pessoas ficam livres de crises epilépticas caso façam o tratamento correto.
A epilepsia é uma alteração temporária e reversível do cérebro, que durante alguns segundos ou minutos, emite sinais incorretos que podem se espalhar ou não. Às vezes a causa é desconhecida e pode ser devido a uma lesão no cérebro, resultante de uma forte pancada na cabeça; uma infecção, como, meningite; neurocisticercose; abuso de bebidas alcoólicas ou drogas. Em idosos, tumores cerebrais e o Acidente Vascular Cerebral (AVC) podem ser um motivo para as convulsões.
Em crises parciais simples, o indivíduo sente sensações estranhas, como distorções de percepção, movimentos descontrolados, medo repentino, um desconforto no estômago, e pode ver ou ouvir de maneira diferente. Já em tônico-crônicas, a pessoa primeiro perde a consciência e cai, ficando com o corpo rígido; depois, as extremidades do corpo tremem e se contraem, ela morde a língua, há salivação excessiva e perda de urina e fezes.
O vice-presidente da Associação Brasileira de Epilepsia (ABE), Lécio Figueira, afirmou que a ansiedade e o estresse podem prejudicar os pacientes com epilepsia durante a pandemia do Covid-19, pois o impacto psicossocial, e o ambiente estressante contribui para a baixa da imunidade e influencia o surgimento de crises. É importante lembrar que o indivíduo com o transtorno não tem maiores riscos caso pegue coronavírus, mas tem mais propensão à depressão e à ansiedade neste período.
Diagnóstico correto da epilepsia
O diagnóstico é feito a partir da análise clínica feita com o histórico de crises do paciente, após isso, é possível que o médico peça alguns exames como ressonância magnética ou tomografia computadorizada, exames laboratoriais de sangue e urina e eletroencefalograma, que mede a atividade elétrica do cérebro.
Dicas para auxiliar alguém no meio de uma crise:
1 - Mantenha a calma e não o segure;
2 - Acomode a cabeça de lado;
3 - Não insira nenhum objeto na boca da pessoa;
4 - Não dê nenhum tipo de líquido, isso pode aumentar as chances de asfixia;
5 - Afrouxe-lhe as roupas para ajudá-lo a respirar melhor;
6 - Existe uma crença popular que deve segurar a língua do indivíduo, mas isso é um mito, não existe a possibilidade da língua enrolar e a pessoa a engolir, ela é um músculo como qualquer outro que irá se contrair e depois voltar ao normal;
7 - Afaste-o de objetos perigosos e risco de queda;
8 - Aguarde-o se restabelecer;
9 - Se a crise durar mais de cinco minutos, solicite atendimento médico de urgência.
Tratamento da epilepsia
Infelizmente, a epilepsia não tem cura, mas tem tratamento, com o objetivo de controlar as crises e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Existem os medicamentos de uso oral e a dieta cetogênica, usada principalmente em crianças, que é rica em gordura, com menos carboidrato e com quantidade controlada de proteínas, sua adoção pode resultar na redução no número de crises e melhora do neurodesenvolvimento.
Sendo assim, a neuromodulação, é um tipo de terapia que utiliza estímulos elétricos, magnéticos para a estimulação do cérebro ou de nervos periféricos, também pode ser uma opção terapêutica em caso de difícil controle.
Segundo a biblioteca virtual do Ministério da Saúde (MS), o canabidiol – um dos compostos da folha da maconha – passou a ser utilizado no tratamento da epilepsia, com bons resultados; é interessante destacar que essa substância não tem qualquer efeito psicoativo, sendo seu uso seguro em adultos e crianças.
Se atente aos sinais e procure um profissional!
Fontes: agenciabrasil.ebc.com.br | bvsms.saude.gov.br
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