Glaucoma: veja bem como evitar esse problema

Glaucoma: veja bem como evitar esse problema

Sensíveis, expressivos e essenciais, os olhos são os órgãos responsáveis pela visão do ser humano. E mantê-los saudáveis, por meio de acompanhamento médico regular, é algo fundamental para quem quer evitar ter problemas que possam levar à perda da visão, um dos cinco sentidos de todas as pessoas.

O glaucoma, por exemplo, é uma condição que pode afetar os olhos e causar danos que, gradativamente, podem levar à cegueira. “É uma doença degenerativa e progressiva que danifica as fibras do nervo óptico que não tem cura, mas pode ser controlada. A prevenção é importante exatamente porque a perda visual não pode ser recuperada”, afirma a Dra. Regina Cele, especialista do HCLOE, empresa do Grupo Opty.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 900 mil pessoas no Brasil são afetadas pelo glaucoma. A doença é mais comum após os 40 anos de idade e tem como principal fator de risco o aumento da pressão intraocular (dentro dos olhos), apesar de essa não ser a única causa. Devem ser considerados também histórico familiar, idade avançada, miopia elevada, diabetes e estresse.

Apesar de atingir tanta gente, muitos ainda desconhecem o problema, seus riscos e consequências. A pesquisa “Um olhar para o glaucoma no Brasil”, divulgada pelo Ibope Inteligência, no segundo semestre de 2020, mostra que quatro em cada dez brasileiros não sabem o que é glaucoma. Entre adultos com mais de 55 anos, 71% desconhecem a doença ocular. Esses são números preocupantes, já que a patologia poderá afetar 111,8 milhões de pessoas em 2040.

Celebrado em 26/05, o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma tem como foco alertar a população sobre a importância do acompanhamento oftalmológico adequado, como forma de prevenir e tratar a doença considerada a maior causa de cegueira irreversível do mundo, de acordo com a OMS.

Também se manifesta na infância
Grande parte dos pacientes não apresentam sintomas logo que o glaucoma se instala nos olhos. A perda do campo visual somente é percebida em estado avançado, quando entre 40% e 50% da visão já podem estar comprometidos. “Sendo assim, é fundamental fazer exames oftalmológicos regularmente, com medição da pressão intraocular, exame do fundo de olho e campo visual para verificar a saúde ocular”, ressalta Dra. Regina.

Dor forte em um dos olhos, visão embaçada ou com a impressão de ser menor do que antes, olhos vermelhos e inchados, dores na testa, sensibilidade à luz, náuseas e vômitos são alguns dos sinais que o paciente pode apresentar quando o glaucoma estiver em uma fase avançada, depois de meses de desenvolvimento sem nenhum sintoma aparente. 

Mesmo sendo um problema mais comum em pessoas acima de 40 anos, o glaucoma também pode se manifestar durante a infância. Segundo a Agência Internacional de Prevenção à Cegueira (IAPB), no Brasil, 33 mil crianças são cegas devido às doenças oculares que poderiam ter sido evitadas ou tratadas precocemente, como o glaucoma congênito. 

“Daí a importância da realização exame oftalmológico para descoberta antecipada de problemas que podem levar à perda da visão. O teste do olhinho, por exemplo, é capaz de detectar a catarata, o glaucoma congênito e qualquer patologia ocular congênita que cause opacidades de córnea”, explica a Dra. Keila Monteiro de Carvalho, médica oftalmologista, Professora Titular de Oftalmologia da UNICAMP e Chefe do Departamento de Oftalmologia da FMC/UNICAMP.

A oftalmologista ressalta que, independentemente da idade, as doenças da visão costumam reduzir drasticamente a qualidade de vida das pessoas. “O impacto social da cegueira deve ser considerado na formulação de políticas públicas. Para diminuir o número de cegos no país, é necessário ampliar o conhecimento da população sobre a doença e garantir o acesso ao tratamento”, conclui.

Crédito da imagem: megafilm - Freepik.