Gravidez na pandemia: cuidados específicos são necessários

Gravidez na pandemia: cuidados específicos são necessários

A gravidez é um momento da vida da mulher em que vários sentimentos surgem ou são aflorados. Medo, insegurança, felicidade e ansiedade, é uma fase com diversas emoções, e com a pandemia provocada pelo Covid-19, elas aumentaram, principalmente pela incerteza do quanto a doença pode afetar a vida da gestante e seu filho.

Segundo o levantamento do Observatório Obstétrico Brasil Covid-19, foram registrados 544 óbitos em gestantes e puérperas por Covid-19 em 2020, o que levou a uma média semanal de 12,1 mortes no ano. Já em 2021, até maio, o número chegou a 911, levando a média semanal para mais de 47,9 óbitos, aproximadamente quatro vezes mais. 

A cidade de Boa Vista, em Roraima, foi um dos locais onde a situação foi mais grave, pois teve a maior mortalidade entre grávidas, de 39 mulheres que tiveram a doença desde 2020 até setembro de 2021, mais da metade, 21, faleceu. Isso se deu pela falta de estrutura do sistema de saúde público no estado, com poucas UTIs concentradas na capital e escassez de recursos no interior.

Com o surgimento da vacina e mais 71,3% da população brasileira totalmente vacinada em 2022, o número de internações e óbitos diminuíram, mas a preocupação das grávidas não, já que a variante ômicron é menos agressiva que as anteriores, pois tem menor capacidade de invadir o epitélio pulmonar, mas possui mais compatibilidade com as células das vias aéreas superiores, tendo maior poder de disseminação. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ômicron contamina cem pessoas a cada três segundos no mundo. 

No dia 16 de abril de 2021, o secretário do Ministério da Saúde (MS), Raphael Parente, até chegou a recomendar que as mulheres, se possível, adiassem seus planos de gravidez durante a pandemia, o objetivo era preservar a segurança dessas pessoas e também de seus bebês, já que as gestantes são um grupo de risco do vírus, levando em conta a imunomodulação que o organismo materno desenvolve para diminuir a rejeição ao feto, ocasionando assim, uma pior resposta às doenças de uma forma geral.

Para quem está grávida, quais cuidados devem ser tomados?

A regra é de que o pré-natal seja mantido normalmente, tomando sempre os cuidados de higiene e evitando contato e aglomerações, inclusive, essas orientações adequam-se após o nascimento também, já que o número de visitas de familiares e amigos tendem a aumentar em casa, prevenir essa situação é o melhor a fazer.

É fundamental lavar as mãos antes e depois da amamentação e ordenha, os estudos mostram que o vírus não é transmitido através do leite, e ainda há uma boa notícia, segundo o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), as mães vacinadas apresentam anticorpos contra Covid-19 no leite materno, capazes de proteger também os bebês, até quatro meses após a vacinação.

Gestantes e vacina: é preciso!

No final do ano passado, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiu um alerta para que países da América priorizassem a vacinação das gestantes. Atualmente, a recomendação do Ministério da Saúde é que grávidas e as que estão no puerpério, no período de até 45 dias após parto, se vacinem preferencialmente com as vacinas da Pfizer e da CoronaVac, se atentando inclusive em tomar a dose de reforço.

O Covid-19 atinge o sistema respiratório e mesmo se os sintomas forem leves ou moderados, pode ocorrer a baixa oxigenação no sangue da gestante, que significa baixa oxigenação para o feto, o que pode levar a consequências para o seu desenvolvimento. 

Por isso é tão importante prestar atenção a qualquer sintoma e procurar um médico caso perceba algum.
Fontes: apublica.org | valorinveste.globo.com | pebmed.com.br | butantan.gov.br | uol.com.br

Crédito da imagem: iStock.com/NataliaDeriabina