Outubro Rosa: conheça a importância dessa data

Outubro Rosa: conheça a importância dessa data

O décimo mês do ano é marcado pela campanha Outubro Rosa que visa a conscientização sobre o câncer de mama. Somente para 2020, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima mais de 66 mil novos casos da doença no Brasil. 

Quanto mais as pessoas tiverem o conhecimento da patologia, mais fácil é de detectar caso a enfermidade venha a surgir. Com o diagnóstico em estágio inicial, o tratamento pode ser iniciado rapidamente e, dessa forma, a chance de cura também é aumentada.

“Infelizmente, este ainda é o câncer que mais mata mulheres no Brasil e o que mais as ataca – ficando apenas atrás dos cânceres de pele do tipo não melanoma. Com a pandemia, muitas mulheres deixaram de passar por consultas e de realizar exames e, agora, é hora de recuperar o tempo perdido”, alerta a Dra. Mariana Rosario, ginecologista e obstetra.

Para ela, é preciso alertar as mulheres: apenas o cuidado médico preventivo é capaz de detectar o câncer de mama bem no começo, a tempo de tratá-lo com grandes chances de cura. “Fazer a rotina de exames, na época certa, é o que diferencia um tratamento com grandes chances de sucesso de um paliativo. A rotina de exames e consultas não evita que a paciente tenha câncer, mas faz com que consigamos detectá-lo bem no começo”, alerta.

A importância da consulta médica
Segundo o INCA, todas as mulheres, independentemente da idade, devem ser estimuladas a conhecer seu corpo para saber o que é e o que não é normal em suas mamas. Alguns dos sintomas incluem:

- Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor: é a principal manifestação da doença, estando presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher;
- Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;
- Alterações no bico do peito (mamilo);
- Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço;
- Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos

Porém, é muito importante buscar ajuda médica para uma melhor avaliação. Para aquelas que acreditam que o autoexame de mamas substitui consultas e a mamografia, Dra. Mariana deixa um alerta: “percebam que nem campanha de autoexame existe mais. Isso porque apenas equipamentos muito avançados são capazes de detectar até as menores calcificações e quando a mulher percebe algum nódulo, ele já está muito grande. Então, o correto é fazer ultrassom e mamografia, conforme a indicação para cada perfil de paciente”.

O tratamento do câncer hoje
O INCA considera as modalidades de cuidado do câncer de mama agrupadas em tratamento local (com cirurgia e radioterapia) e tratamento sistêmico (com quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica).

Segundo registros do Instituto, para os tumores in situ, há uma prevalência de uso de tratamento local (em 62,6% dos casos) ou de local e sistêmico combinados (em 32,9% dos casos). Já para os grupos de estádio I, II e III, o tratamento combinado foi o mais utilizado, chegando a 70% dos casos. O tratamento sistêmico isolado foi utilizado em 47,2% dos casos de estádio IV, seguido dos tratamentos combinado, local e sistêmico.

Por que os tratamentos podem variar de paciente para paciente? “Porque o câncer de mama é uma doença que muda durante seu desenvolvimento, gerando novos comportamentos e respostas. Nunca é igual, de pessoa para pessoa. Por isso, exige um tratamento personalizado”, explica a médica.

Após a descoberta do câncer, o prazo médio de tratamento é de um ano. Existem casos em que há necessidade de cirurgia, que pode ser parcial – com retirada do tumor e de uma área sadia ao redor dele, chamada de área de segurança, para evitar que as células cancerígenas se multipliquem novamente – ou total, na chamada mastectomia total.

“No caso da retirada total das mamas, é possível realizar a cirurgia plástica reconstrutiva na mesma cirurgia de retirada, o que gera um grande ganho de autoestima para a mulher. Inclusive, o SUS – Sistema Único de Saúde garante isso às brasileiras, sem custo. Há algumas contraindicações, entretanto, para a reconstrução imediata: casos de tumores muito grandes e invasivos, pacientes com comorbidades, que possam aumentar o tempo cirúrgico e, consequentemente, colocar a vida da paciente em risco, e pacientes com problemas de cicatrização”, afirma Dr. Mariana.

Prevenção
De acordo com o INCA, cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis como:

- Praticar atividade física;
- Alimentar-se de forma saudável;
- Manter o peso corporal adequado;
- Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
- Amamentar
- Evitar uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal.

Previna-se!

Crédito da imagem: artiss - Freepik.com