População idosa soma 35 milhões de pessoas no Brasil

População idosa soma 35 milhões de pessoas no Brasil

Atualmente, o Brasil tem mais de 28 milhões de pessoas idosas, representando 13% de toda população do País. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, entre 2012 e 2018, houve um crescimento de 26% de idosos. 

Em 2035 o País terá 48 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, o que representará 21% da população. “Seguindo o curso demográfico, em 2029 a população 60+ será maior que a de zero a 14 anos, de acordo com o Ministério da Saúde (MS), o que tecnicamente declara o Brasil como um país envelhecido”, declara o fundador SeniorLab mercado & consumo 60+ e diretor do Aging2.0 Brasil, Martin Henkel.

O especialista revela que o Brasil tem uma expectativa média de vida ao nascer em 2020 de 76,7 anos em média. “Quando analisamos mulheres e homens distintamente, encontramos 80,2 anos e 73,2 anos, respectivamente. Cabe salientar que estamos falando da expectativa de vida ao nascer. Para quem já tem lá seus 60 anos, as notícias são muito melhores. Existe um segundo acompanhamento pouco explorado que é a expectativa de vida para quem tem 60 anos ou mais. Cada faixa etária tem uma expectativa que ganha alguns dias ou meses à medida que envelhece”, diz.

Segundo o executivo, as taxas são as seguintes:

Expectativa de vida

60 anos: 80,6 homens e 84,3 mulheres;

65 anos: 82,1 homens e 85,3 mulheres;

70 anos: 83,8 homens e 86,6 mulheres;

75 anos: 86,0 homens e 88,2 mulheres;

80 anos: 88,6 homens e 89,9 mulheres.

Ter uma população de idosos numerosa é um fator de comemoração e orgulho. O professor da disciplina de Cardiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Dr. Jairo Lins Borges, diz que isso se deve ao desenvolvimento do País. “Essa é uma característica interessante. O Brasil vai ganhando idosos à medida que a condição sociocultural e econômica vai melhorando. Estamos longe de termos um país desenvolvido, mas há desenvolvimento. Dominamos doenças que matam jovens, como a tuberculose e a diarreia, por exemplo, além disso, temos saneamento básico, na maioria das cidades brasileiras. Tudo isso faz com que as pessoas vivam mais. Isso é muito bom, mas precisamos controlar a natalidade, é preciso haver um equilíbrio, caso contrário, viveremos o que a Itália vive hoje: não há jovens para trabalhar.” 

Como pensar produtos e serviços

Com maior longevidade, autonomia, qualidade de vida e independência econômica, os idosos estão revertendo algumas regras atuais da sociedade. Está marcado o fim de uma era em que velhice é sinônimo de doença, solidão e dependência. Com a expectativa e a qualidade de vida crescendo e maior longevidade, conseguidas graças a avanços na medicina preventiva e curativa, os idosos já podem levar uma vida autônoma, apesar da fragilidade física. “Eles têm muito mais dinheiro – e disposição – para gastar, e vão se transformar na maior força econômica do mercado consumidor; se é que já não são. Vão tomar o lugar dos jovens como centro das atenções nos campos político, social e econômico. Em lugar de "velhos e doentes", serão "clientes preferenciais", capazes de influenciar com seus valores e comportamento a vida de toda a sociedade”, comenta a consultora especializada em varejo, Silvia Osso.

Ao mesmo tempo em que a explosão populacional de idosos é uma comprovação dos avanços científicos e tecnológicos nos últimos 100 anos, ele representa também um novo desafio para a ciência, já que enquanto os avanços do século 20 tiveram um efeito maior sobre doenças infecciosas, os do século 21 devem abordar problemas associados às doenças crônicas, que são cada vez mais prevalentes entre idosos. 

Com isso, junto ao aumento da expectativa de vida, a tendência é que o índice dessas doenças também aumente significativamente, caso não existam tratamentos para controlar esse crescimento. 

Entre as doenças crônicas mais comuns estão as cardiovasculares, pulmonares, derrame, câncer e diabetes. 
Com isso, é preciso dar a atenção necessária à qualidade de vida dessas pessoas prevenindo e/ou controlando as doenças crônicas e seus efeitos colaterais, tornando possível a tão desejada longevidade.

Crédito da imagem: iStock