A população brasileira precisa ser conscientizada sobre os riscos da hipertensão, que é uma doença silenciosa e perigosa. O cardiologista do HCor, Dr. Celso Amodeo, alerta que a doença já atinge 35% da população brasileira, além de ser responsável por desencadear até 80% dos casos de derrame cerebral e 60% dos casos de ataque cardíaco registrados no País.
Prevenir e controlar os índices de hipertensão é de suma importância, já que, segundo dados do Ministério da Saúde (MS), os problemas cardiovasculares são responsáveis por aproximadamente 300 mil mortes por ano no Brasil. Além disso, 50% dos hipertensos no Brasil ainda não sabem que têm o problema.
Também conhecida como pressão alta, a hipertensão arterial pode acometer crianças, adolescentes, adultos e idosos de ambos os sexos. Silenciosa, a doença provoca o estreitamento das artérias e faz com que o coração precise bombear o sangue com cada vez mais força para impulsioná-lo por todo organismo e depois recebê-lo de volta.
“Esse processo dilata o coração, danifica as artérias e, consequentemente, favorece a ocorrência de ataques cardíacos e derrames cerebrais. Uma pessoa é considerada hipertensa quando a sua pressão arterial apresenta valores iguais ou acima de 14 por 9 (140 mmHg X 90 mmHg)”, esclarece Dr. Amodeo.
Há fatores ambientais, comportamentais e genéticos que possuem grande participação no desenvolvimento da hipertensão durante toda a vida. A obesidade, o sedentarismo, o tabagismo, o estresse e os hábitos alimentares inadequados como ingestão elevada de álcool, sal e gordura estão no topo dos principais fatores de risco que favorecem o aumento da pressão arterial.
Os grupos de risco da hipertensão são diversos. Após os 65 anos de idade, as mulheres são as mais atingidas pela doença. Já entre os jovens, o problema é mais comum em homens. Em função de fatores genéticos, o risco aumenta no caso de negros e latinos. De maneira geral, indivíduos que convivem com altos níveis de estresse, dormem pouco ou que abusam do consumo de substâncias como álcool e sal têm grandes chances de desenvolver a doença”, finaliza Dr. Amoedo.
A cardiologista Dra. Daniele Rezek Dias, destaca que durante a pandemia provocada pelo Covid-19, o aumento na incidência dos casos chamou atenção principalmente em grupos de pessoas mais jovens devido à mudança de comportamento. As pessoas tornaram-se mais sedentárias, houve uma maior ingestão de alimentos industrializados, estresse, piora da qualidade do sono e aumento da ingestão de bebidas alcoólicas, consequentemente aumentando a obesidade.
De acordo com a nutricionista e gerente de Nutrição Assistencial do HCor, Rosana Perim, a maior parte das modificações de estilo de vida está relacionada ao controle alimentar tanto quantitativo como qualitativo, por meio de medidas dietéticas específicas visando não apenas a redução dos níveis da pressão arterial, mas também a incorporação de hábitos alimentares permanentes.
O diagnóstico da hipertensão é feito basicamente por meio da medida da pressão. Define-se um paciente como hipertenso quando a pressão arterial sistólica (PAS) ≥ 140 mmHg ou pressão arterial diastólica (PAD) ≥ 90 mmHg em duas ou mais consultas.
O tratamento deve ser feito, principalmente, por meio da correção de hábitos alimentares e do combate ao sedentarismo. Porém, na maioria dos casos, também é necessário que o paciente faça uso de medicamentos vasodilatadores. Os mais usados são do grupo dos Inibidores da ECA/BRA, os diuréticos (hidrocloratiazida e clortalidona) e os bloqueadores de canal de cálcio. Ao tratarmos casos de pressão alta, o objetivo é fazer com que a pressão arterial do indivíduo não ultrapasse os valores de 12 por 8.
Métodos preventivos e de combate à hipertensão
Mais sabor, menos sal
O sal de cozinha é um tempero universal e muito importante na culinária brasileira, mas também considerado um dos vilões para a saúde quando consumido em excesso. Na alimentação, o sal é a principal fonte de sódio, presente naturalmente em alguns alimentos ou acrescido nas preparações para dar sabor e auxiliar na conservação. A população brasileira consome em média 12 g de sal/dia, quando o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Guia Alimentar do Ministério da Saúde (MS) é de 5 g de sal/dia (= 1 colher de chá) o que corresponde aproximadamente 2,0 g de sódio.
Prefira o consumo de alimentos naturais
Prefira ervas aromáticas e especiarias como manjericão, tomilho, hortelã, salsa, erva-doce, louro, coentro, açafrão ou sálvia, assim como temperos do tipo pimenta do reino, curry, páprica, noz-moscada, canela, gengibre e cravo sejam utilizados no preparo dos alimentos, a fim de melhorar o paladar da refeição sem comprometer a saúde.
Crédito da imagem: iStock.com/Ivan-balvan
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