Um inimigo silencioso

Um inimigo silencioso

Você sabia que, neste momento, o seu colesterol pode estar elevado, colocando a sua saúde em risco de maneira silenciosa? Isso se dá, porque na maioria dos casos, o colesterol alto é assintomático. Dessa forma, é fundamental acompanhar os seus níveis com frequência, conforme alerta a Dra. Carla Lantieri, membro da Diretoria de Promoção de Saúde e do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia, e médica assistente da disciplina de cardiologia da Faculdade de Medicina do ABC.

“Geralmente, o indivíduo sentirá algum sinal quando o seu colesterol estiver extremamente elevado como nos casos de alterações genéticas, como da hipercolesterolemia familiar, por exemplo”, salienta.

O que é o colesterol?
Dra. Carla explica que o colesterol é uma substância extremamente importante para o metabolismo do organismo e caracteriza-se como enfermidade somente quando está alto, o que é denominado de dislipidemia, tornando-se um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares. 

“O colesterol elevado é reconhecidamente pela ciência cardiológica como um fator de risco para as patologias cardiovasculares, assim como o tabagismo, hipertensão arterial, diabetes, sedentarismo e obesidade”, adiciona a cardiologista. 

Por que é importante manter os níveis de colesterol em dia?
A médica chama atenção pelo fato das doenças cardiovasculares serem uma grande causa de morte evitável no Brasil e no mundo. Atualmente, cerca de 400 mil brasileiros e 18 milhões de pessoas globalmente morrem por ano por conta das enfermidades que atingem o coração. Outro ponto importante ressaltado pela cardiologista é que quanto mais fatores de risco envolvidos, maior a chance de ocorrer uma doença cardiovascular. 

“Vale lembrar que, tanto o colesterol alto quanto os demais fatores de risco já mencionados, são modificáveis, ou seja, é possível manter-se longe de problemas coronários com hábitos saudáveis. Alguns estudos mostram que, aproximadamente, 12,5% da população brasileira possui dislipidemia. E isso é uma grande preocupação da SBC uma vez que sabemos o quanto a condição pode ser prevenida e controlada”, afirma.

Como prevenir e tratar a dislipidemia?
Segundo a Dra. Carla, tanto no Dia Nacional de Combate ao Colesterol, instituído em 08 de agosto, quantos nos demais dias do ano, a SBC tem como missão orientar toda a população sobre as formas de prevenir e controlar a dislipidemia bem como os demais aspectos que são capazes de afetar a saúde do coração. Entre os principais estão:

Alimentação adequada
É necessário dar preferência para os alimentos in natura, evitando os produtos processados e, principalmente, não ingerindo as opções ultraprocessadas que contêm grandes níveis de gordura saturada, sal e açúcares totalmente prejudiciais à saúde. Uma boa dica é sempre ler os rótulos. Ficar atento à maneira de se alimentar também é essencial: não comer na frente do computador, televisão e celulares, e fracionar as porções, comendo quantidades menores e mais vezes ao dia. 

Atividade física
De acordo com as diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS), o mínimo recomendado por semana é de 300 minutos para as crianças e adolescentes, e 150 minutos para os adultos.

Mente sã, corpo são
Estar bem consigo mesmo, mental e emocionalmente. 

Manter as consultas médicas sempre em dia
Dra. Carla informa que os valores desejados de colesterol são individuais, por isso o acompanhamento médico é primordial para a verificação dos fatores de risco existentes. 

“Todas essas medidas protetoras servem tanto para prevenir quanto para tratar o colesterol alto. Mas, é importante saber que alguns casos necessitam do tratamento medicamentoso que deve ser feito de forma contínua já que a dislipidemia é um patologia crônica não transmissível. Além disso, para esse tipo de doença, é essencial trabalharmos sempre com uma equipe interprofissional com nutricionista, educador físico, geriatra ou clínico geral e o próprio cardiologista para o paciente ter um resultado satisfatório. Lembrando que a prevenção deve iniciar ainda na infância”, finaliza.