De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), entende-se que há uso racional de medicamento quando pacientes recebem medicamentos para suas condições clínicas em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período adequado e ao menor custo para si e para a comunidade.
O uso irracional ou inadequado de medicamentos é um dos maiores problemas em nível mundial. A OMS estima que mais da metade de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou vendidos de forma inadequada, e que metade de todos os pacientes não os utiliza corretamente.
Exemplos de uso irracional de medicamentos incluem: uso de muitos medicamentos por paciente ("polifarmacia"); uso inadequado de antimicrobianos, muitas vezes em dosagem inadequada, para infecções não bacterianas; excesso de uso de injeções quando formulações orais seria mais apropriado; falta de prescrição de acordo com as diretrizes clínicas; automedicação inapropriada, muitas vezes medicamentos prescritos; não aderência aos regimes de dosagem.
O uso excessivo, indevido ou o sub uso de medicamentos resulta em riscos para a saúde, além de desperdício de recursos financeiros.
Uso racional de medicamentos dentro do contexto de autocuidado
O autocuidado é uma ação preventiva, ou então, quando a doença está manifestada, é importante para o seu controle adequado. Isso não quer dizer que os pacientes possam se tratar sem precisar ir ao médico. O autocuidado envolve a avaliação contínua do aparecimento de sinais e/ou sintomas que não estavam presentes em momentos anteriores e que persistem ou ainda se intensificam.
Segundo o Conselho Federal de Farmácia (CFF) a identificação da(s) necessidade(s) e do(s) problema(s) de saúde do paciente ocorre pela análise dos sinais e/ou sintomas, o que inclui informações sobre início, duração, frequência, localização precisa, características e gravidade, em qual momento do dia ou em que circunstâncias surgem ou desaparecem, fatores que agravam ou aliviam.
A farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), Maria Aparecida Nicoletti, diz que o autocuidado engloba também a automedicação responsável, de modo a atender às necessidades dos pacientes de forma segura e eficaz. “Entende-se por automedicação a seleção e uso de medicamentos pelas pessoas, com o propósito de tratar problemas de saúde ou sintomas autorreconhecidos”, esclarece.
As pessoas podem escolher Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), que aqueles que ficam expostos na área de livre circulação nas farmácias, para alivio de sintomas de problemas mais brandos, como dores de cabeça, cólicas, desconforto estomacal, gripes e resfriados. Mas, em todos os outros casos, é preciso de prescrição e, mais que isso, que o tratamento seja cumprido à risca.
Crédito da imagem: iStock.com
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