Vacinas: aliadas da sua saúde

Vacinas: aliadas da sua saúde

Não é de hoje que se fala da relevância que a vacina tem para saúde da população. Inclusive, várias doenças foram erradicadas por conta das imunizações, como a poliomielite, rubéola, tétano e coqueluche, fator que reitera sua importância.

Embora 90% dos brasileiros reconheçam que a imunização é importante, apenas 50% verificam a carteirinha de vacinação regularmente. Esses são alguns dados da pesquisa Vacinação no Brasil: a percepção do brasileiro sobre a importância da imunização nos dias atuais, realizada pelo IBOPE Inteligência, a pedido da Pfizer, em julho de 2020.

O estudo foi conduzido com 2 mil brasileiros na capital de São Paulo e nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Salvador e mostra que 1 em cada 5 pessoas só checa se está com as vacinas em dia em casos de solicitação médica, quando algum familiar fala sobre o assunto ou durante surtos, epidemias e pandemias. Além disso, 13% acompanham somente a carteirinha dos filhos e 17% nunca verificam, não têm, não sabem se têm ou onde está o documento. Essa porcentagem sobe para 29% a partir dos 55 anos de idade.

E você, faz parte desse quadro? Aproveitando o Dia Nacional da Vacinação, comemorado em 17 de outubro, entrevistamos a Dra. Lígia Raquel Brito clínica-geral do Hospital Edmundo Vasconcelos que nos deu mais detalhes sobre esse tema tão importante. Confira!

Oncoprod: qual a importância da vacinação para a saúde?
Dra. Lígia: a vacinação tem como principal importância prevenir doenças que chamamos de imunopreviníveis. Mas, além disso, são capazes também de evitar alguns cânceres, como o de fígado, ocasionado pela hepatite B. Nesse caso, a vacina impede que o quadro de cirrose no órgão evolua para um câncer. Assim como a vacina de HPV que consegue evitar os cânceres do colo do útero, anal e do pênis.

O: quais vacinas são indispensáveis ao longo da vida?
Dra. LB: há uma diferença entre as vacinas ofertadas no sistema público de saúde e no privado. Por isso, vale seguir a tabela da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) que faz essa separação por faixa etária e também considera outros fatores como a gestação e doenças que levam a imunodepressão: https://sbim.org.br/calendarios-de-vacinacao.

O: quais os principais malefícios para a saúde em não seguir o calendário de vacinação?
Dra. LB: é importante lembrar que as doenças não levam somente ao afastamento do trabalho ou da escola, mas sim a óbito ou mesmo deixam sequelas graves que podem ser incapacitantes como a perda de membros no caso da meningite e surdez no sarampo. Mas, o risco de não se vacinar refere-se também ao coletivo, pois aumenta o risco das pessoas a sua volta contraírem as doenças.

O: quais as principais doenças que foram erradicadas no Brasil por conta da vacinação?
Dra. LB: a varíola é uma doença que foi controlada e erradicada no mundo inteiro. No Brasil, tínhamos o sarampo, mas voltamos a ter novos surtos, principalmente em São Paulo. No entanto, temos a rubéola como exemplo de doença controlada no país por conta da vacinação. Para este caso, foram feitas campanhas focadas principalmente nas mulheres, pois o problema tem impacto na gestação com a má formação fetal.

O: vacina da covid-19: tomar ou não tomar? Qual a sua orientação devido a tantas polêmicas que envolvem o assunto?
Dra. LB: ainda não é possível afirmar qual a vacina será lançada primeiro. Mas, podemos orientar que quando tivermos uma aprovada pelos órgãos responsáveis e disponível para a população, o ideal é se vacinar.

O: a imunização de rebanho é viável para garantir a saúde na pandemia?
Dra. LB:  sim, a partir do momento que se vacina boa parte da população, é possível diminuir a circulação do vírus e, portanto, controlar a doença e diminuir o risco de contaminação para quem não pode tomar a vacina ou quem não foi imunizado.

O: qual a relevância do Dia Nacional da Vacinação?
Dra. LB: essa data é de extrema importância para conscientizar as pessoas de que é preciso se vacinar. Geralmente, nesse dia há uma mobilização maior de postos de vacinação e, portanto, aumentando a visibilidade sobre o tema e facilitando o acesso às pessoas.

Crédito da imagem: Alernon77 - iStock.