Vitiligo: saiba mais sobre a doença caracterizada por manchas brancas na pele

Vitiligo: saiba mais sobre a doença caracterizada por manchas brancas na pele

De acordo com informações da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o vitiligo afeta 1% da população mundial e 0,5% da população brasileira. É uma doença de pele multifatorial, por ter múltiplas causas, e poligênica, por estar relacionada a diversos genes, caracterizada por manchas brancas que podem acometer qualquer área do corpo, sendo mais frequente na face, no pescoço, antebraços, pés, dorso das mãos, dedos e couro cabeludo.

Geralmente, o problema afeta pessoas dos dez aos 30 anos de idade e é causado por fatores que ainda são um mistério para a medicina, conforme explica o Dr. Cristiano Kakihara, médico graduado pela Faculdade de Medicina de São José de Rio Preto da Secretaria de Desenvolvimento Econômico com especialização em Dermatologia - Áreas Eletivas - pelo Departamento de Dermatologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo.

“Há diversas teorias que tentam justificá-la. Ao que tudo indica, há uma diminuição progressiva até chegar à ausência total de melanócitos funcionantes. Mecanismos de autoimunidade estão implicados, ou seja, há destruição dos melanócitos pela imunidade humoral e celular. A segunda teoria em voga é uma destruição neural, ou seja, parece haver mediadores neuroquímicos que destroem melanócitos ou inibem a produção de melanina. A terceira hipótese é que produtos da síntese da melanina poderiam destruir melanócitos e a quarta teoria seria um defeito dos próprios melanócitos, que impedem o crescimento e a diferenciação dos mesmos.”
O Dia Mundial do Vitiligo (25/06) tem como proposta gerar conscientização sobre a doença, seus métodos apropriados de atendimento e tratamento entre o público em geral. 

Formas de tratamento

O diagnóstico do vitiligo é clínico e não requer exames de sangue para ser identificado. Entretanto, uma melhor investigação deve ser feita caso haja dúvida diagnóstica. “Pode-se usar a lâmpada de Wood, que realça as lesões brancacentas em pessoas com pele muito clara. Por fim, a biópsia de pele é reservada para casos mais complicados, onde a dúvida diagnóstica é mais importante”, esclarece Dr. Cristiano.

Não contagiosa, a doença existe em diferentes tipos: localizado, quando acomete poucas áreas do corpo; segmentar, quando atinge uma área mais extensa em uma parte do corpo, como os braços; ou generalizado, quando causa múltiplas lesões em diferentes partes do corpo distantes entre si.

Segundo o médico, o tratamento do vitiligo é amplo e eficaz. Pacientes com poucas lesões recebem tratamento com medicações tópicas. “Já quem possui um número maior de lesões, indica-se fototerapia com UVB-NB (ultravioleta B de banda estreita), UVA-1 (ultravioleta 1), MMP (microinfusão de medicamentos na pele), LASERs ablativos e não-ablativos (associados a UVB-NB na mesma sessão), excimer LASER e, por fim, técnicas cirúrgicas (existem diversas). Geralmente, as intervenções cirúrgicas são reservadas só para quem tem a doença estagnada (não em progressão) nos últimos dois anos”, detalha.

Quando não tratado, o vitiligo pode desencadear uma chance maior de desenvolvimento de câncer de pele no local afetado, já que não há melanina para proteger a pele dos malefícios mutagênicos da radiação ultravioleta. 
Qualidade de vida

Por ser uma doença que afeta a pele e está relacionada à aparência física, Dr. Cristiano orienta como o paciente pode preservar sua qualidade de vida. “Ele deve estar consciente que é uma doença cíclica e que pode recidivar a qualquer momento, principalmente quando há grande estresse. Aceitando isso, já é meio caminho andado para uma boa aceitação. Uma vida saudável, leia-se uso de dieta equilibrada, prática de atividades físicas regulares e bem-estar psíquico, contribui para um certo controle da doença”, conclui.