Dia Internacional do Câncer na Infância
De acordo com dados do Ministério da Saúde, a cada três minutos uma criança morre de câncer. A cada ano, mais de 300 mil crianças com idade entre zero e 19 anos são diagnosticadas com a doença em todo o mundo, e cerca de oito em cada 10 crianças vivem em países de renda baixa e média, onde a taxa de sobrevivência é de quase 20%. Somente no Brasil, cerca de 12 mil novos casos de câncer infantojuvenil são registrados por ano, segundo informações do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Para conscientizar pessoas em todo o mundo sobre o câncer infantojuvenil e demonstrar apoio às crianças e adolescentes acometidos pela doença bem como aos seus familiares, é comemorado em 15 de fevereiro o Dia Internacional do Câncer na Infância, data criada em 2002 pela Childhood Cancer International (CCI) - a maior organização global de apoio ao paciente para câncer infantojuvenil.
Diferentemente da forma como atinge pessoas adultas, o câncer possui características próprias quando afeta as crianças: as células que sofrem a mutação do material genético não conseguem amadurecer como deveriam e permanecem com as características parecidas às da célula embrionária, multiplicando-se rapidamente e desordenadamente. Isso explica o fato da proliferação de um tumor ser mais rápida entre as crianças que, em contrapartida, respondem melhor às sessões de quimioterapia, com chances de cura de 80%, segundo o INCA.
Tipos mais comuns e principais sintomas
Entre os tipos de câncer que acometem as crianças, os mais comuns são leucemias (28%), tumores do sistema nervoso central (26%) e linfomas (8%), segundo informações da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale).
Na infância, as causas estão diretamente relacionadas a fatores ambientais e ao estilo de vida. Identificar os principais sinais e sintomas do câncer infantojuvenil não é uma tarefa fácil, visto que os indícios podem se associar a outras doenças e ferimentos típicos entre as crianças. Mas, o diagnóstico precoce é necessário para que as chances de cura sejam ainda maiores.
Os sintomas apresentados pelas crianças com câncer podem ser:
- Perda de peso
- Dores de cabeça com vômito de manhã
- Aumento do inchaço ou dor persistente nos ossos ou articulações
- Protuberância no abdômen, pescoço ou qualquer outro local
- Mudanças repentinas na visão
- Febres recorrentes
- Hematomas ou sangramento
- Palidez
- Cansaço prolongado
As leucemias - câncer dos tecidos produtores de sangue - são comuns na faixa etária de dois a cinco anos. A doença atinge a medula óssea e o sangue, podendo causar dores nas articulações, fadiga, fraqueza, sangramento, febre, perda de peso entre outros sintomas. O tratamento é feito com sessões de quimioterapia e começam assim que o diagnóstico é confirmado, podendo durar até dois anos.
Os tumores do sistema nervoso central - ou cerebrais - dizem respeito a células alteradas que se desenvolvem em diferentes partes do cérebro. Nesse tipo de câncer, os sintomas mudam conforme a área em que o tumor está alojado no cérebro, mas, em geral, podem compreender choro excessivo da criança, sonolência, náuseas, vômitos, tontura, dores de cabeça e desânimo.
Já os linfomas são os cânceres que têm início nos linfócitos - células que fazem parte do sistema imunológico - e costumam afetar os gânglios linfáticos e os tecidos linfáticos. São encontrados em dois tipos: linfoma de Hodgkin, mais comum em adolescentes, e linfoma não Hodgkin, comum entre crianças de quatro a 12 anos e que atinge qualquer parte do corpo, principalmente tórax e abdômen. Sintomas como perda de peso, febre, suor excessivo e fraqueza são os mais comuns nesses casos e o tratamento é feito com quimioterapia.
Diagnóstico
As chances de cura do câncer infantojuvenil são muito maiores do que nos adultos. Por isso, o diagnóstico precoce é mais do que essencial - também porque a doença se manifesta mais rapidamente nas crianças.
Como os sinais são difíceis de serem identificados, o recomendado é levar a criança regularmente ao pediatra, que poderá realizar exames e reconhecer a doença ainda em estágio inicial.
Mais esperança
Segundo o INCA, pela evolução da curabilidade do câncer infantojuvenil, muitas crianças e adolescentes são adultos hoje. Porém, é imprescindível que seja feito um acompanhamento em longo prazo para a descoberta precoce de complicações tardias que possam aparecer.
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