Vacinas bivalentes contra o Covid-19: tudo o que você precisa saber!

Vacinas bivalentes contra o Covid-19: tudo o que você precisa saber!
A campanha de vacinação de 2023 terá início no dia 27 de fevereiro. As vacinas contra o Covid-19 são as mais urgentes, assim, o calendário se inicia por elas. Em abril, será a vez das vacinas da gripe, da poliomielite e do sarampo.

A ideia é que o grupo de risco comece a receber doses da vacina bivalente contra o Covid. Já que são mais eficazes.

As vacinas bivalentes protegem contra o vírus original, descoberto na cidade chinesa de Wuhan, e também contra a Ômicron e suas subvariantes.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou dois imunizantes desse tipo no ano passado. Os dois são produzidos pela farmacêutica Pfizer, sendo que um é feito a partir da subvariante da Ômicron BA.1, e o outro conta com informações das BA.4 e BA.5.

“Essas vacinas são consideradas atualizadas e mais eficazes. Elas reduzem a probabilidade de quadros graves e morte porque protegem contra a Ômicron e todas as filhas e netas dessa variante, que têm características genéticas diferentes em relação ao vírus original”, explica a pediatra presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), Dra. Monica Levi.

Ela explica que é importante manter o vírus original na fórmula, porque ainda podem surgir variantes mais parecidas com ele. Além disso, há muitos estudos e dados populacionais destacando a relevância das vacinas feitas a partir do primeiro coronavírus.

O que precisa ficar claro para a população, na visão de infectologistas, é que ter doses atualizadas não é motivo para desmerecer as primeiras injeções. Ainda precisamos das chamadas vacinas monovalentes, que carregam informações apenas do primeiro Sars-CoV-2.

Isso significa que, mesmo que as vacinas bivalentes não cheguem para todo mundo em um primeiro momento, quem recebeu as primeiras versões segue mais protegido. “As doses das injeções das monovalentes ainda podem reduzir a gravidade da doença e o risco de morte”, frisa.

Entre os grupos prioritários para receber as vacinas bivalentes estão os imunossuprimidos (pessoas cujo sistema imune não funciona como deveria) e os indivíduos com mais de 60 anos, que passam por um processo de imunossenescência, quando a imunidade começa a cair.

Nessas populações, as vacinas não geram uma resposta tão robusta. “Elas precisam de injeções mais potentes para conseguir escapar das internações e mortes”, reforça a presidente da Sbim. Não à toa, essa turma foi priorizada para tomar a quarta dose.

O Ministério da Saúde informou que já encomendou 49 milhões de doses das bivalentes, sendo que a estimativa é que mais de 53 milhões de pessoas façam parte dos grupos prioritários. Isso significa que as datas de aplicação foram escalonadas até para esse pessoal.

De novo, os especialistas ressaltam que não é preciso ter pressa. “Parece já haver um fetiche de que é preciso conquistar uma injeção da bivalente”, nota o médico. Mas o mais importante é ter as doses em dia”, avisa.

Lembra da seguinte frase: “a melhor vacina é aquela que chega aos braços da população”? Pois então, ela segue valendo.

Qual a eficácia da vacina bivalente? 
Ao avaliar grupos de diferentes idades (incluindo os imunocomprometidos) e diversos imunizantes, um estudo recente divulgado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), nos Estados Unidos, concluiu que utilizar a vacina bivalente como reforço é mais eficiente que apostar nas primeiras vacinas. A análise foi feita frente às subvariantes mais recentes, como a XBB e XBB.1.5.

Segundo dados do estudo, pessoas entre 50 e 65 anos que receberam o reforço bivalente tiveram o risco de ter sintomas de Covid reduzidos entre 40% e 43%. Nas mais velhas, esse risco caiu entre 37% e 43%. Parece pouco, mas o estudo avaliou somente o risco de infecção, não de quadros graves da doença.

Lembrando que vacinados podem pegar Covid, mas estão mais protegidos de hospitalizações e mortes, o que é o objetivo principal dos imunizantes.

Qualquer pessoa, no futuro, poderá tomar a bivalente?
Sim. Basta os estoques subirem e esse indivíduo já ter recebido as primeiras vacinas aprovadas. “A indicação é tomar a bivalente apenas após ter sido vacinado com a monovalente, porque os estudos com resultados positivos avaliaram essa nova vacina como dose de reforço”, esclarece.

Fonte: saúde.abril.com.br
Crédito da imagem: iStock.com/Thiago Santos