24 de abril, 2020

Os perigos da pressão alta

A hipertensão é uma doença muito séria e silenciosa que aumenta riscos de desenvolvimento de problemas cardíacos, cerebrais, renais e oculares. É uma condição perigosa, pois tem relação próxima com duas das principais causas de morte no mundo: o derrame cerebral e infarto do miocárdio.

Mesmo com essas informações alarmantes, muitas pessoas ainda não a levam a sério. “Isso acontece porque, apesar de aumentar os riscos de outros males, não é uma causa direta de mortes”, aponta Rodrigo Noronha, cardiologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

De acordo com dados registrados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1,13 bilhão de pessoas são hipertensas em todo o mundo. Dessas, 36 milhões são brasileiros.

O que é hipertensão arterial?

O coração é o órgão responsável por bombear sangue ao redor do corpo humano e seu movimento é de contração e descompressão. Na hora em que contrai, causa o aumento da pressão dos vasos, chamada de sistólica. Já ao se descomprimir, diminui, chegando na pressão arterial diastólica.

Para ser considerada saudável, a pressão deve estar dentro de determinados níveis, de acordo com o estabelecido pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, sendo a tensão sistólica igual ou menor do que 140 mmHg e a diastólica por volta de 90 mmHg, comumente conhecida como 14×9.

“Porém, o médico deve sempre avaliar se a pressão está dentro de um padrão aceitável para a faixa etária e condição geral de saúde do paciente”, ressalta Dr. Rodrigo.

Tratamento

Ainda não há cura, porém ela é controlada por meio da adoção de hábitos mais saudáveis como exercícios, alimentação e medicação. Vale ressaltar que cada pessoa vai controlar o problema de uma maneira diferente, portanto é imprescindível fazer o tratamento com junto com um especialista.

Alguns medicamentos causam efeitos colaterais como tonturas, por exemplo. No entanto, o cardiologista informa que o tratamento deve ser mantido e, em casos de incômodos persistentes, procurar auxílio médico.

Prevenção

Fazer a prevenção da condição é simples, apenas adotando hábitos saudáveis. Por exemplo, o excesso de peso faz com que o coração precise de mais sangue e pode agravar problemas cardíacos.

Já o sedentarismo contribui para conservar os vasos mais rígidos o que predispõe à pressão alta, assim como o cigarro. O consumo excessivo de álcool também pode ser altamente danoso para a saúde em um geral.

Essa doença só afeta idosos?

A idade é, sim, um fator de risco, mas é capaz de ocorrer em qualquer época da vida. A hipertensão costuma ser mais baixa em crianças e adolescentes e tem a tendência a aumentar conforme a idade vai avançando.

Porém, diversos estudos confirmaram que outros indicadores contribuem para o desenvolvimento dessa condição como sexo, raça, genética e estilo de vida.

“Infelizmente, alguns deles estão fora de controle, portanto mesmo pessoas com hábitos saudáveis podem ter pressão alta”, alerta o cardiologista.

Hipertensão e as doenças renais

Ao não fazer o tratamento corretamente, de acordo com o Dr. Rodrigo, a enfermidade altera os vasos sanguíneos que, além de ficarem mais rígidos, sofrem lesões do endotélio (camada que recobre os vasos).

“Quando essa alteração é nos rins, há risco de levar à insuficiência renal e, consequentemente, à necessidade de diálise”, complementa.

Como o sal culinário contribui com a condição?

O sal de cozinha é composto por cloro e sódio e, para cada 10g de cloro há quatro de sódio, uma substância importante para manter o equilíbrio dos líquidos no organismo. Quando há uma ingestão muito grande, o corpo retém mais líquido e, por consequência, a pressão intensifica.

A recomendação da OMS e da Sociedade Brasileira de Cardiologia é de 2g de sódio por dia, equivalente a cinco gramas de sal de cozinha. Uma forma de reduzir o consumo é recorrendo a outros temperos naturais como cebolinha, alho, cebola, salsinha e outros.

Quem tem colesterol alto também é hipertenso?

Dr. Rodrigo, afirma que não. Mas, mostra o quanto é fundamental prestar bastante atenção nessa questão, já que é outro fator de risco para doenças cardíacas.

“O aumento dos níveis de colesterol no sangue contribui para alterações nas artérias coronárias e aumenta as chances de infarto do miocárdio”, finaliza.

24 abr, 2020

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