Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) mostram que as mulheres representam 51,8% da população no Brasil. Cerca de 82,3% delas procuram os serviços de saúde, sendo que apenas 69,4% fazem o mesmo.
Mas, mesmo assim, os hábitos de consultas preventivas (como pré-natal, vacinação e outros) não são realidade para a maioria, já que a maioria procura ajuda médica apenas quando já apresentam alguma doença.
Ou seja, ainda que o público feminino dê mais atenção ao bem-estar, comparado ao masculino, a saúde da mulher não é tratada de forma preventiva muitas vezes, o que acarreta adoecimento.
O conceito de saúde da mulher, em geral, é visto sob dois aspectos. O primeiro deles é restrito ao gênero, ou seja, biologia e anatomia do corpo feminino, enfatizando muito mais os aspectos ginecológicos e reprodutivos. O segundo, por sua vez, engloba questões de sexualidade e reprodução humana, mas também o bem-estar físico, mental e social da figura feminina dentro de um contexto que é, muitas vezes, também cultural.
Assim sendo, a saúde feminina passa a ser vista como resultado de fatores que envolvem sociedade, economia, cultura e histórico pessoal e familiar de cada mulher atendida. Há ainda que considerar que as mulheres estão mais suscetíveis a agressões e outros tipos de violência doméstica, o que pode interferir em muitos aspectos na saúde.
Principais demandas no cuidado com a saúde feminina
Além de a proporção de mulheres que buscam os serviços de saúde ser maior quando comparada à dos homens, esse número também cresce à medida que a faixa de rendimento domiciliar per capita se eleva, indo de 67,7% para classe de até 1/4 de salário mínimo a 89,6% quando o valor é superior a cinco salários mínimos.
E, apesar da pesquisa não trazer dados detalhados sobre o tipo de especialidade consultada pelo público feminino, sabe-se que grande parte dos atendimentos (46,8%) ocorreram nas Unidades Básicas de Saúde, que oferecem serviços que contemplam desde a saúde ginecológica até a saúde mental.
O levantamento também indicou que o hábito de ir ao especialista era mais comum entre mulheres das regiões metropolitanas, e crescia conforme escolaridade e posição econômica.
Entre os problemas/queixas mais comuns em saúde das mulheres estão:
Sangramento uterino anormal;Atraso menstrual e amenorreias;Ausência de menstruação, descartada gestação;Amenorreia secundária sem causa evidente na avaliação clínica;Sintomas pré-menstruais;Avaliação inicial da queixa de lesão anogenital;Corrimento cervical e cervicite;Mastalgia;Descarga papilar;Dor pélvica;Miomas;Perdas urinária;Queixa urinária;Prevenção de câncer de colo de útero;Prevenção de câncer de mama;Atenção ao climatério;Atenção às mulheres em situação de violência sexual e/ou doméstica/intrafamiliar.
Outros aspectos da saúde feminina que devem ser considerados
Dados do Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, que avaliou a mortalidade proporcional por grupos de causas em mulheres no Brasil mostram que as causas são: doenças do aparelho circulatório (DACs), neoplasias, doenças do aparelho respiratório, doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas.
Isso indica que o grupo de doenças que podem levar a problemas coronarianos também constituem um cuidado importante para a saúde feminina, assim como os tumores (principalmente da mama e do colo do útero).
Portanto, é necessário um alerta também aos conhecimentos envolvendo prevenção e cuidados com problemas como diabetes, hipertensão, dislipidemias, no contexto das DACs e também aos protocolos preventivos de neoplasias (no caso das mamas), além de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) que podem elevar os riscos de câncer de colo do útero.
Fonte: ipemed.com.br
Crédito da imagem: iStock.com/SDI Productions